Operação Acrônimo: PGR denuncia Fernando Pimentel pela 4ª vez no STJ
O ministro Herman Benjamin, do STJ, notificou o petista e outros cinco acusados para que apresentem defesa até a primeira semana de junho
atualizado
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nessa terça-feira (22/5), o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), pela 4ª vez no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com base nas investigações da Operação Acrônimo. O político é acusado, desta vez, de ter recebido benefícios em caixa 2, relativo à campanha de 2014. A informação é do jornal O Globo.
De acordo com a reportagem, o ministro Herman Benjamin, relator do caso no STJ, notificou na última sexta-feira (18) o petista e outros cinco acusados para que apresentem defesa prévia até a primeira semana de junho. Para o processo prosseguir, a denúncia deverá ser aceita pela Corte Especial do STJ.
A denúncia foi distribuída em 30 de março de 2018, mas tramitava sob sigilo. Na sexta (18), Herman determinou que o processo se tornasse público.
Também foram denunciados no processo Benedito Rodrigues, o Bené, suposto operador financeiro de Pimentel; Victor Nicolato, publicitário e auxiliar de Bené em operações envolvendo recursos em espécie; e Elon Gomes de Almeida, fundador da Aliança Administradora de Benefícios S/A, empresa que integra o grupo Qualicorp, e na época diretor-presidente da empresa.
Os outros denunciados são Peterson de Jesus Ferreira, José Manuel Simões Gonçalves e Henrique Bradley Tertuliano dos Santos, prestadores de serviço da campanha petista de 2014 que teriam recebido os pagamentos ilegais.
Segundo o texto, em acordo de colaboração premiada homologada pelo STJ, Benedito Rodrigues relatou ter participado de reuniões com Fernando Pimentel e José Seripieri Junior, fundador do grupo Qualicorp. Na ocasião, Pimentel solicitou apoio para a campanha de 2014 e o executivo indicou que esse assunto fosse tratado com seu sócio, Elon Gomes, na época presidente da Aliança Administradora.
4ª denúncia
Esta é a 4ª denúncia contra Pimentel no STJ. Em 2017, ele foi acusado de tráfico de influência e lavagem de dinheiro por suspeita de agir em benefício da empreiteira JHFS para conseguir recursos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para construção de um aeroporto no interior de São Paulo.
Pimentel teria ajudado a empreiteira enquanto ocupou o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), entre 2011 e 2014, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
O petista também é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em processos acerca de iniciativas que teriam favorecido a empreiteira Odebrecht e a empresa Caoa, no âmbito do Mdic. De acordo com a acusação, as duas utilizaram o operador financeiro de Pimentel, Benedito Rodrigues, para viabilizar o pagamento de propina em troca dos benefícios.
Outro lado
Em nota, o grupo Qualicorp informou que “jamais houve qualquer pagamento por parte da empresa Aliança às pessoas referidas”. A companhia também destacou não fazer parte do processo judicial citado e que suas atividades “dependem exclusivamente do cliente privado”.
Ao fim da mensagem, o Grupo Qualicorp reiterou que “a companhia de capital aberto, que sequer é parte nos processos judiciais apontados, jamais pleiteou ou obteve qualquer tipo de recurso público, uma vez que suas atividades dependem exclusivamente do cliente privado”.