Odebrecht faz acordo com MP e admite cartel em São Paulo
Em acordo judicial a empresa pagará R$ 7 milhões à prefeitura em 22 anos e, em troca, continua autorizada a participar de licitações
atualizado
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O Ministério Público de São Paulo anunciou nesta terça-feira (19/6) ter obtido provas de que a Odebrecht e mais 11 empreiteiras formaram cartel para fraudar sete licitações de obras viárias na cidade de São Paulo no valor de R$ 4 bilhões. Os contratos foram assinados entre 2008 e 2011, na gestão do ex-prefeito e hoje ministro Gilberto Kassab (PSD).
Segundo a Promotoria, o esquema foi chefiado pelo ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, com a participação do ex-secretário de Infraestrutura e braço direito de Kassab no ministério, Elton Santa Fé Zacarias. Eles teriam cobrado 5% de propina sobre o valor dos contratos.
O valor corresponde a 25% dos R$ 28 milhões recebidos pela empresa na obra do túnel Roberto Marinho, contrato obtido mediante acerto do cartel, segundo o MP. “Este valor (R$ 7 milhões) é simbólico. O importante é a Odebrecht ter entregado as provas”, disse Marques.
Defesas
De acordo com Kassab, as licitações de sua gestão “ocorreram de forma transparente, obedecendo às disposições legais”. Vieira de Souza afirmou que “nunca solicitou vantagens financeiras da Odebrecht”.
Para a Dersa, “as obras foram licitadas de acordo com a lei”. Em declaração, a Odebrecht “segue em cooperação com as autoridades”. Elton Zacarias não se manifestou.