Odebrecht confirma atuação de Mantega em propinas, diz jornal
De acordo com um e-mail interceptado pela Polícia Federal, Mantega, sob o apelido de “Pós-Italia”, teria desviado R$ 50 milhões para serem repassados ao PT
atualizado
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Em acordo de delação premiada firmado com a força-tarefa da Operação Lava Jato, executivos da Odebrecht dirão que o “Pós-Itália”, codinome que aparece em uma lista encontrada na sessão de propina da empreiteira, é o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. O apelido aparece associado a R$ 50 milhões que deveriam ser repassados ao PT. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Um e-mail de um funcionário da Odebrecht interceptado pela Polícia Federal, intitulado “Posição Programa Especial Italiano”, indicaria de propinas pagas ao partido entre 2008 e 2012, de acordo com interpretação da PF e dos procuradores. De acordo com o documento, enviado no dia 31 de junho de 2012, os pagamentos supostamente ilícitos somavam R$ 200 milhões.
Também aparece na mensagem o codinome “Italiano”, que os agentes acreditam fazer referência ao ex-ministro Antonio Palocci, relacionado ao desvio de R$ 6 milhões. Tanto Mantega quanto Palocci foram ministros da Fazenda nos governos de Lula e Dilma. O advogado de ambos, José Roberto Batochio, disse ao jornal que as delações não passam de ilações sem qualquer fundamento.As planilhas foram elaboradas por Maria Lucia Tavares, secretária da empresa que cuidava do controle do pagamento de propina. Presa em fevereiro, ela vem repassando as informações à PF após firmar acordo de delação premiada. De acordo com a funcionária, os valores dizem respeito aos repasses feitos às campanhas do PT, que passavam também para o marqueteiro João Santana por meio de caixa 2.