No STF, Dodge pede atenção a “sinais de pressão contra a democracia”
A procuradora-geral, que deixa o cargo na próxima semana, declarou que há “vozes contrárias aos regimes das leis” no Brasil e no mundo
atualizado
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Durante sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (12/09/2019), sua última antes de deixar o cargo de procuradora-geral da República, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recomendou aos ministros da Corte que fiquem “atentos a sinais de pressão contra a democracia”. Para ela, há “vozes contrárias ao regime de leis” presentes no Brasil e no mundo.
“Quero lhes fazer um pedido muito especial, que também dirijo à sociedade civil e a todas as instituições: protejam a democracia brasileira tão arduamente erguida, em caminhos de avanços e retrocessos, mas sempre sob o norte de que é o melhor modelo para construir uma sociedade de mais elevado desenvolvimento humano”, declarou a PGR.
Dodge permanece no cargo até a próxima terça-feira (17/09/2019). O indicado para substituí-la é Augusto Aras. Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), ainda depende de aprovação em sabatina no Senado. O nome escolhido pelo presidente causou revolta em parte do Ministério Público Federal (MPF), pois a categoria desejava que o nome do novo procurador-geral saísse de uma lista tríplice definida internamente por votação.
“Neste cenário, é grave a responsabilidade do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal, seja para acionar o sistema de freios e contrapesos, seja para manter leis válidas perante a Constituição, seja para proteger o direito e a segurança de todos, seja para defender minorias”, declarou Dodge.