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No Roda Viva, Moro defende Lava Jato e condena foro privilegiado

Sobre Lula e demais réus por corrupção, juiz disse esperar que STF se posicione de acordo com “gravidade dos fatos”

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Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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1 de 1 sergiomoro-840×559 - Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (26/3), o juiz Sérgio Moro falou sobre as investigações da Lava Jato, bem como a respeito de resultados alcançados em quatro anos de operação, como a condenação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e encargos que cabem a ele como juiz federal da 13ª Vara Criminal Federal. Essa foi a primeira vez que Moro participa de um atração televisiva ao vivo.

Questionado sobre um possível “acordão” para liberar Lula e outros envolvidos na Lava Jato, o juiz afirmou “esperar que o sistema reaja de forma proporcional à gravidade desses fatos” e que o Supremo Tribuna Federal (STF) “tome decisões apropriadas não só no caso do ex-presidente, mas em relação a todos os outros envolvidos na operação”.

Sérgio Moro também se posicionou sobre a questão do foro privilegiado, que, em sua avaliação, “não funciona bem” no processo de investigações. “O Supremo não é preparado para julgar esses recursos – por melhor que sejam seu ministros. Vejam o caso do Mensalão. As coisas vão mais lentamente no Supremo Tribunal Federal”, afirmou. “Devemos eliminar bastante o foro privilegiado. Quem sabe não tenhamos julgamentos mais rápidos?”, acrescentou.

Sobre a prisão preventiva, de acordo com as considerações do magistrado, ela só deve ser usada em circunstâncias extremas, para dizer aos acusados que o ciclo de lavagem de dinheiro não será mais aceito. “A prisão preventiva é excepcional, tem que ser excepcional”, afirmou. Na avaliação dele, esse era o caso dos diretores da Petrobras envolvidos na Lava Jato e detidos pela força-tarefa da operação.

Na primeira parte da entrevista, Sérgio Moro também discorreu sobre a presunção da inocência, ao reiterar sua posição pela prisão de condenados apenas após condenação em segunda instância.

Moro também comentou sobre o início da Lava Jato e destacou que a participação do ministro do STF Teori Zavascki, morto em acidente aéreo em janeiro de 2017, foi fundamental para a existência da operação. “No início, ninguém tinha ideia aonde a investigação ia chegar ou expectativa de que ela teria essa dimensão”, ressaltou.

“Se não houvesse o ministro Teori Zavascki, não haveria Operação Lava Jato”, declarou.

Eleições 2018
Durante a sabatina, os jornalistas perguntaram a Sérgio Moro sobre as expectativas em relação aos representantes políticos que devem compor o cenário eleitoral deste ano. Diante do questionamento, o magistrado disse “que há bons candidatos, bons políticos”. “Não se pode generalizar sobre os políticos. Nós, brasileiros, não podemos entrar nas eleições cabisbaixos”, concluiu.

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