MPF recorre contra absolvição de Geddel por obstruir investigações
Não há prova de que ex-ministro cometeu crime de embaraço, diz juiz
atualizado
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O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília apresentou, nesta terça-feira (10/7), recurso à Justiça Federal contra absolvição do ex-ministro Geddel Vieira Lima pelo crime de embaraço às investigações das operações Cui Bono e Sépsis, que apuram desvios na Caixa Econômica Federal. Na semana passada, o juiz Vallisney Oliveira entendeu que não há provas de que o ex-ministro tenha atrapalhado as investigações.
Geddel foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar evitar a delação premiada do empresário Lúcio Funaro, operador financeiro do suposto esquema de corrupção. No entendimento do MPF, o ex-ministro da Secretaria de Governo atuou para constranger Funaro, telefonando, por diversas vezes, para a esposa dele, Raquel Pitta, quando o operador já estava preso. O objetivo de Geddel seria convencer Funaro a não se tornar um delator.
Em 2017, Geddel foi preso, por determinação do próprio juiz Vallisney, acusado de obstrução das investigações. Mas, em seguida, o ex-ministro foi beneficiado com um habeas corpus concedido pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Brasília.
No entanto, depois de ganhar liberdade, Geddel voltou a ser preso após a Polícia Federal ter encontrado em um apartamento em Salvador R$ 51 milhões, que foram atribuídos a ele pelas investigadores. Atualmente, o ex-ministro está na penitenciária da Papuda, em Brasília. Os advogados de Geddel alegam que a origem dos R$ 51 milhões decorre da “simples guarda de valores em espécie”.