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MPF: “núcleo duro” do esquema tinha Cabral, amigo e advogado de Lula

Escritório Teixeira, Martins Advogados, do amigo de Lula, teria recebido R$ 12 milhões sem comprovar serviço

atualizado

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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 23 advogados, entre eles Roberto Teixeira e o sócio dele, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por suposto desvio de dinheiro público.

Junto à Polícia Federal, o MPF faz uma operação, na manhã desta quarta-feira (9/9), para cumprir mandados de busca e apreensão nos escritórios de advocacia e empresas. No total, eles teriam desviado cerca de R$ 151 milhões do Sistema S.

Zanin e Teixeira, além de Orlando Diniz (ex-presidente da Fecomércio-RJ e delator do esquema), Marcelo Almeida, Fernando Hargreaves, Vladimir Spíndola, Eduardo Martins, Ana Teresa Basílio, José Roberto Sampaio, Adriana Ancelmo e Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, fariam parte do “núcleo duro” da organização criminosa, segundo a denúncia oferecida pelos procuradores federais.

Só o escritório Teixeira, Martins Advogados, do amigo de Lula, teria recebido R$ 12 milhões sem comprovar serviço. Os contratos teriam sido firmados, segundo a denúncia apresentada pelo MPF, devido à influência do escritório no governo petista.

A operação mira os contratos firmados desses escritórios com seções fluminenses do Serviço Social do Comércio (Sesc-RJ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-RJ) e da Federação do Comércio (Fecomércio-RJ).

De acordo com informações do MPF, a força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro apurou que essas entidades paraestatais no estado teriam destinado mais de 50% do seu orçamento anual a contratos com escritórios de advocacia.

O esquema criminoso incluía o uso de contratos falsos com escritórios daqueles acusados ou de terceiros por eles indicados, em que serviços advocatícios declarados não eram prestados, mas remunerados por elevados honorários.

Segundo procuradores da Lava Jato, aportes em favor dos escritórios vinculados aos denunciados foram contemporâneos às aquisições de carros e imóveis de luxo no país e no exterior.

Isso acontecia “em franco prejuízo ao aperfeiçoamento profissional dos trabalhadores do comércio no estado do Rio de Janeiro, atividade finalística de relevantíssimo valor social das paraestatais”, afirmam.

Outro lado

Em nota, o escritório Basilio Advogados informou ter atuado entre 2013 e 2017 em mais de 50 processos da Fecomércio, tanto na Justiça Estadual como na Justiça Federal.

“Todos os nossos advogados trabalham de forma ética e dentro da legalidade. O escritório confia na Justiça e está à disposição para qualquer esclarecimento”, prosseguiu.

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