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MPF faz duas novas denúncias contra Cabral, Fichtner e outros acusados

As novas acusações são resultado da Operação C’est Fini e incluem integrantes do episódio que ficou conhecido como “Farra dos Guardanapos”

atualizado

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Carlos Magno/Gov do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral
1 de 1 Sérgio Cabral - Foto: Carlos Magno/Gov do Rio de Janeiro

A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio fez mais duas denúncias criminais contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que já responde por 18 acusações na Justiça Federal. As novas acusações são resultado da Operação C’est Fini, deflagrada no final de novembro, e incluem os integrantes do episódio que ficou conhecido como a “Farra dos Guardanapos”. Entre os denunciados estão o ex-chefe da Casa Civil Régis Fichtner e o empresário George Sadala.

Com isso, a Operação C’est Fini resultou em três denúncias. Na semana passada, o Ministério Público Federal denunciou Cabral e outros quatro investigados – Henrique Ribeiro, Lineu Martins, Luiz Carlos Bezerra e Wilson Carvalho – por crimes na Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio (Funderj).

A ramificação da organização criminosa foi descoberta a partir dos desdobramentos das Operações Calicute e Eficiência e das investigações realizadas após sua deflagração.

Essas investigações, segundo a Procuradoria, “tem como escopo aprofundar o desbaratamento da organização criminosa responsável pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de capitais envolvendo contratos para realização de obras públicas pelo Estado do Rio”.

Entre as obras, destacam-se a construção do Arco Metropolitano e a urbanização de grandes comunidades carentes na cidade do Rio, a PAC Favelas.

Além de Cabral, Fichtner e Sadala foram alvo dessas novas denúncias Luiz Carlos Bezerra e Wilson Carlos, operadores financeiro e administrativo, respectivamente, da organização criminosa, segundo a força-tarefa da Lava Jato.

Farra dos guardanapos
Sadala é um dos empresários que esteve em Paris, em 2009, convidado pelo governo do Rio, para a cerimônia de entrega da medalha de honra da Legião D’Honneur, concedida pelo Senado francês ao então governador Sérgio Cabral, e para o lançamento do Guia Michelin Rio de Janeiro.

Sadala era um dos participantes do jantar no hotel Ritz, em Paris, onde secretários da alta cúpula do governo, alguns, inclusive, já denunciados, e empresários foram fotografados usando guardanapos na cabeça e dançando.

O episódio ficou conhecido com a “Farra dos Guardanapos”.

Além de vizinho de Cabral no condomínio Portobello, em Mangaratiba (RJ), Georges Sadala, conhecido pelos codinomes “G”, “Salada” e “Saladino”, era o grande corruptor da iniciativa privada na área de prestação de serviços especializados relacionados ao programa Rio Poupa Tempo, afirma o Ministério Público Federal.

“Sadala teve evolução patrimonial exponencial, desde o início do governo Cabral. Em troca de facilidades na contratação de suas empresas junto ao Estado do Rio de Janeiro, ele garantiu o pagamento de propina, com o aporte de, ao menos, R$ 1,3 milhão em favor da organização criminosa”, sustenta a Lava Jato.

A Procuradoria afirma que também aparece no episódio dos guardanapos Regis Fichtner, codinomes “Alemão” e “Gaúcho”, ex-chefe da Casa Civil do governo Cabral, que recebeu recursos em espécie na ordem de R$ 1,5 milhão, conforme as anotações da contabilidade paralela apreendida com o operador Carlos Bezerra

“Fichtner, no exercício do cargo, solicitou e aceitou vantagem indevida para dar especial atenção para os interesses privados de empresários do setor da saúde, prestação de serviços de alimentação e limpeza, transporte público e construção civil”, diz a denúncia.

Os procuradores estimam que Regis teria recebido um total de R$ 1,56 milhão em dinheiro do esquema, de 2007 a 2014.

Defesa
Procurada pela reportagem, a defesa de Régis Fichtner reafirmou que “são falsas todas as acusações contra ele e que só se manifestará quando tiver acesso à denúncia”.

A defesa do empresário Georges Sadala informou que ele nunca cometeu crimes nem fez pagamentos a autoridades em troca de vantagens.

As defesas de Sergio Cabral e de Luiz Carlos Bezerra não se manifestaram. O Estado não conseguiu contato com o advogado de Wilson Carlos.

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