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MPCE pede prisão preventiva de prefeito suspeito de abusos sexuais

José Hilson Paiva foi denunciado por pelo menos 63 violações sexuais mediante fraude

atualizado

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José Hilton de Paiva
1 de 1 José Hilton de Paiva - Foto: redes sociais/ reprodução

O Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu à Justiça a prisão preventiva do médico José Hilson de Paiva, prefeito afastado de Uruburetama investigado por crimes contra a dignidade sexual. Segundo a promotoria, o acusado pode comprometer o andamento das investigações por sua “influência no município e no meio político”.

O ginecologista de 70 anos foi denunciado por, pelo menos, 63 violações sexuais mediante fraude, o mesmo crime pelo qual responde o médium João de Deus. A denúncia foi divulgada pelo Fantástico, na noite do último domingo (14/07/2019). Nas filmagens, o médico chama as vítimas de “bebê” enquanto abusava delas.

De acordo com o MPCE, o pedido de prisão preventiva “se fundamenta no fato de que, mesmo afastado das funções de prefeito e médico, Paiva é considerado influente no município e no meio político estadual, sendo capaz de, diretamente ou por interpostas pessoas, coagir, constranger, ameaçar, corromper”, enfim, praticar atos tendentes a comprometer a investigação do MP e da Polícia Civil. O requerimento da Promotoria ratifica representação de prisão preventiva da Polícia Civil.

Investigação
Depois da divulgação dos primeiros vídeos, em março de 2018, a Promotoria de Justiça de Uruburetama instaurou uma investigação a partir do relato de quatro mulheres, que se identificaram como vítimas do então prefeito. Assim, o MPCE solicitou informações à Polícia Civil, que logo depois resolveu abrir o inquérito policial.

O inquérito foi concluído em dezembro de 2018, e a polícia sugeriu o arquivamento. O MPCE requisitou novas diligências. Na área cível, a promotoria ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) por improbidade administrativa em desfavor do então prefeito, no final de 2018.

Outro procedimento do MPCE em relação ao caso foi instaurado em junho de 2019, antes da divulgação dos novos vídeos na imprensa. O órgão responsável é o Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc) e, até o momento, seis vítimas e uma testemunha já foram ouvidas.

Em 15 de julho deste ano, foi instaurado outro inquérito policial em Uruburetama, quando novas vítimas começaram a ser ouvidas. Pelo menos 18 vítimas já identificadas nas imagens exibidas pela imprensa serão convidadas a prestarem declarações o mais rápido possível.

Nesta semana, a Promotoria de Justiça de Cruz recebeu os depoimentos das primeiras quatro vítimas que se apresentaram à delegacia após a divulgação dos vídeos. Antes disso, nenhuma mulher havia denunciado o médico. José Hilson trabalhou como médico da Prefeitura de Cruz de 1992 a 2012, e manteve um consultório particular na cidade até 2018.

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