MPSP investigará organizadores de “motociata” pró-Bolsonaro
Promotor de Justiça instaurou inquérito civil contra organizadores do evento, que provocou aglomeração de pessoas sem máscara
atualizado
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O promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MPSP) Arthur Pinto Filho instaurou, nesta segunda-feira (14/6), um inquérito civil para investigar os organizadores da “motociata” pró-Bolsonaro, realizada no último sábado (12).
A informação foi revelada pelo Estadão e confirmada pelo Metrópoles.
O evento, intitulado “Acelere para Cristo”, reuniu cerca de 12 mil motociclistas em São Paulo.
Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) circulou sem máscara e acabou sendo multado pelo governo do estado.
Na portaria que instaurou a investigação, o promotor alega que os organizadores da “motociata” se comprometeram a garantir que todos os participantes usariam máscara contra a Covid-19.
“É do conhecimento geral que o Chefe da Nação se manifesta, em todas as ocasiões que se lhe apresentam, de forma clara e direta, sem peias, por palavras e atos, contra as orientações emanadas das leis, decretos e orientações expressas por seu próprio Ministro da Saúde acerca das corretas formas não medicamentosas para o enfrentamento da pandemia”, diz o documento assinado por Pinto Filho.
Veja a íntegra da portaria que instaurou inquérito contra os organizadores da “motociata”:
Portaria do MP-SP que instaurou inquérito contra organizadores de “motociata” pró-Bolsonaro by Metropoles on Scribd
O promotor diz que o objetivo do inquérito não é barrar o direito à manifestação, e sim apurar “o desrespeito às normas sanitárias mais comezinhas”. “O uso de máscara é o mínimo civilizatório em tempos pandêmicos. Não há nenhum infectologista com um mínimo de credibilidade que oriente a população em sentido contrário.”
Arthur Pinto Filho determina, ainda, que o Ministério Público Federal em São Paulo seja avisado sobre o inquérito para, caso achar necessário, tome as “providências que entender cabíveis no sentido de investigar o Presidente da República e demais autoridades que têm foro por prerrogativa de função”.