Moro transfere Bendine para prisão estadual e o separa de delatores
Nesta sexta-feira (4/8), o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, acusado de recebimento de propina, pediu liberdade
atualizado
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Responsável pela Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro determinou nesta sexta-feira (4/8) a transferência do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine, da carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR) para o Complexo Médico de Pinhais, na região metropolitana da cidade. O ex-dirigente, assim, ficará separado de delatores que contribuíram para as investigações.
Bendine foi preso durante a Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato, no último dia 27. Ele é suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em propina da Odebrecht. Moro acatou pedido da Polícia Federal para mantê-lo afastado de colaboradores, como Marcelo Odebrecht.
O magistrado justifica que a carceragem da PF “é prisão de passagem e a permanência nela depende de condições excepcionais.” “Por outro lado, as instalações do Complexo Médico Penal, da ala reservada ao presos da assim denominada Operação Lava Jato, ainda que não perfeitas, são bastante adequadas”, acrescentou Moro.Apontados como operadores ligados a Bendine, André Gustavo Vieira da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior vão continuar na carceragem da PF. Os irmãos ainda prestam depoimentos aos policiais.
Habeas corpus
Bendine pediu nesta sexta a revogação de sua prisão preventiva ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Os advogados dele, Pierpaolo Cruz Bottinni, Igor Sant’ana Tamasauskas e Cláudia Vara San Juan Araújo, sustentam que “nada há que justifique esse cerceamento da liberdade”.
“O paciente é primário, de bons antecedentes e não há qualquer indicativo concreto — além da mais lacônica suspeita levantada pela Autoridade Coatora — que irá interferir na colheita da prova”, pontuam os defensores.