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Moro pede esclarecimentos sobre ganhos de empresa de Lula

Ex-presidente solicitou liberação de recursos bloqueados pela Justiça para pagar gastos com defesa em processos

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O juiz federal Sérgio Moro determinou à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrar a origem lícita dos recursos mantidos pelo político em fundos de previdência. Em despacho nesta segunda-feira (30/4), o magistrado afirmou que os advogados do petista atribuíram os valores – R$ 7,1 milhões em plano de previdência empresarial e R$ 1,8 milhão em plano de previdência individual – a ganhos da empresa de Lula “sem esclarecer a origem remota, o que seria oportuno”. A informação é do jornal O Globo.

Moro pediu explicações, diz a reportagem, após o ex-presidente pleitear a liberação de recursos bloqueados a fim de pagar os gastos relativos às suas despesas com a defesa em oito ações penais em curso na Justiça Federal de Curitiba e do Distrito Federal.

A empresa de Lula é a LILS Palestras. Segundo O Globo, entre 2011 e 2014, a firma recebeu R$ 9,5 milhões de empreiteiras do cartel da Petrobras – Odebrecht (R$ 3 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 2,1 milhões), Camargo Corrêa (R$ 2 milhões), Queiroz Galvão (R$ 1,2 milhão) e OAS (R$ 1,1 milhão).

Os pagamentos feitos pelas empreiteiras à LILS Palestras e as doações ao Instituto Lula são alvo de investigações da força-tarefa da Lava-Jato.  Ação da 1ª Vara de Execução Fiscal de São Paulo determinou bloqueio de R$ 1,280 milhão de contas da LILS e R$ 24,1 mil do instituto.

O texto informa ainda que, entre 2011 e 2014, o Instituto Lula recebeu R$ 15,1 milhões doados por quatro empreiteiras – Camargo Corrêa (R$ 4,7 milhões), Odebrecht (R$ 4,6 milhões), Queiroz Galvão (R$ 3 milhões), OAS (R$ 2,7 milhões) –, além de R$ 2,5 milhões do grupo J&F.

Conforme a reportagem, Alexandrino Alencar, executivo do grupo Odebrecht, afirmou que o primeiro objetivo da empresa foi conseguir “um projeto que pudesses remunerar o ex-presidente Lula face ao que ele fez durante muitos anos para o grupo”, de forma lícita e transparente. Segundo ele, o valor de US$ 200 mil foi estabelecido com base na quantia cobrada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.

Segundo Alencar, essa prática é comum e, com o andamento das palestras, a empreiteira percebeu que a presença de Lula abria oportunidade de negócios para empresários brasileiros fora do Brasil. Ainda de acordo com o executivo, o petista nunca falava da Odebrecht – o que mostrava postura política e não empresarial. Ele negou que Lula interferisse por negócios da empreiteira ao visitar mandatários de outros países.

Dona Marisa
A defesa de Lula pediu ainda a liberação de 50% dos valores, que pertencem à meação com dona Marisa Letícia, morta ano passado. Moro determinou que o espólio ingresse com embargos para demonstrar o direito dela sobre os bens bloqueados.

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