Moro: “Documentos sobre contas na Suíça motivaram prisão de ex-gerente”
Ex-dirigente da Petrobras Roberto Gonçalves foi preso na
manhã desta terça-feira (28/3) na Operação Paralelo, da Polícia Federal
atualizado
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O juiz federal Sérgio Moro afirmou, em decisão que deflagrou a Operação Paralelo, 39ª fase da Lava Jato, que a documentação enviada pela Suíça sobre contas atribuídas ao ex-gerente da Petrobras Roberto Gonçalves motivaram a prisão preventiva do ex-executivo. O ex-dirigente foi sucessor de Pedro Barusco, um dos delatores da Lava Jato, na estatal, e teria, segundo as investigações, dado continuidade aos esquemas de corrupção.
Roberto Gonçalves foi preso temporariamente em novembro de 2015, na Lava Jato. Na época, a custódia não foi convertida para preventiva e o ex-gerente foi solto, depois de dez dias detido. De acordo com Moro, naquela ocasião ainda não havia “carga probatória suficiente, o que somente agora foi satisfeito, com a vinda da documentação das contas na Suíça”.
“A prova nova e o surgimento superveniente dos fundamentos da prisão preventiva autorizam a sua decretação, ainda que não tenha sido ela requerida ou decretada anteriormente”, conclui Moro.
Segundo investigação criminal da Suíça, Roberto Gonçalves teria apresentado ao banco Societé Générale documentos falsos para justificar os depósitos na conta em nome da offshore Fairbrigde Finance SA, “especificamente um contrato de consultoria”.
Os investigadores suíços afirmaram que perante o banco, onde as contas eram mantidas, Gonçalves declarou que “entre outros, os pagamentos em favor da Fairbridge teriam sido efetuados em razão de serviços de consultoria prestados por ele e fundamentados em um contrato de consultoria entre a Avantec Servicios de Engenharia Ltd. e a Magna International”.
“Ele apresentou ao banco SG um contrato de consultoria correspondente, porém não assinado. No entanto, conforme fontes públicas, a Avantec não está relacionada a Gonçalves, mas a Rogério Araújo, diretor da Odebrecht. Por esse ou outros motivos, as declarações prestadas por Gonçalves perante o banco SG sobre o contexto econômico dos pagamentos recebidos parecem ser falsas, uma vez que não é razoável acreditar que Gonçalves realmente tenha prestado serviços de consultoria legal à Odebrecht”, destaca o documento suíço.