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Moraes retira porte de arma e proíbe aproximação de Janot do STF

A medida foi tomada após pedido do ministro Gilmar Mendes. O ex-PGR confessou vontade de assassinar o magistrado

atualizado

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rodrigo janot procurador-geral da República
1 de 1 rodrigo janot procurador-geral da República - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (27/09/2019), em despacho de quatro páginas, a suspensão dos portes de arma do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e a proibição de que o ex-chefe do Ministério Público Federal (MPF) fique a menos de 200 metros de distância de qualquer um dos ministros da Corte.

Na decisão, Alexandre de Moraes também autorizou ação da Polícia Federal de busca e apreensão na casa e no escritório de Janot. No início da noite deste sexta-feira, agentes federais apreenderam uma arma do ex-procurador. O ministro do STF também determinou que o ex-PGR preste depoimento à PF.

A ação de Moraes decorreu de pedido do ministro Gilmar Mendes por medidas cautelares para garantir sua segurança – horas depois de Janot declarar, em entrevistas à revista Veja e ao jornal O Estado de S. Paulo, publicadas na noite de quinta-feira (26/09/2019), que chegara a se aproximar de arma em punho, engatilhada, do desafeto já na antessala do plenário do STF, em 2017. A ideia era matar o magistrado e se suicidar. O hoje procurador aposentado afirmou, porém, que foi impedido de consumar o homicídio devido à “mão de Deus”.

Ao saber das declarações, Gilmar Mendes afirmou que nunca imaginou haver “um potencial facínora na PGR” e acionou Moraes.

Entenda
O ex-procurador-geral disse que, no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão do STF com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. “Não ia ser ameaça, não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot.

Segundo o ex-procurador-geral, logo depois de ele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar, o ministro difundiu “uma história mentirosa” sobre sua filha. “E isso me tirou do sério.”

Janot disse que foi ao Supremo armado, antes da sessão, e encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte. “Ele estava sozinho”, disse. “Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus”, repetiu o procurador ao justificar por que não concretizou a intenção. “Cheguei a entrar no Supremo [com essa intenção]”, relatou. “Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma ‘mão’ mesmo.”

O ex-procurador-geral disse que estava se sentindo mal e pediu para ao vice-procurador-geral da República o substituir na sessão do Supremo. A cena descrita acima não está narrada em detalhes no livro Nada Menos Que Tudo (Editora Planeta), no qual relata sua atuação no comando da operação Lava Jato. Janot alega que narrou a cena, mas “sem dar nome aos bois”.

O ex-procurador-geral da República diz que sua relação com Gilmar já não era boa, mas, após esse episódio, os contatos foram cortados por completo. “Eu sou um sujeito que não se incomoda de apanhar. Pode me bater à vontade… Eu tenho uma filha, se você for pai….”

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