Moraes: há “real possibilidade de associação criminosa” em atos pró-governo
Na decisão que determinou busca e apreensão contra bolsonaristas, o ministro do Supremo afirmou que diligências eram “imprescindíveis”
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sustenta, na decisão que determinou busca e apreensão contra bolsonaristas, que há “real possibilidade de existência de uma associação criminosa” na organização dos protestos contra as instituições democráticas. As informações são do jornal O Globo.
“Os indícios apresentados na manifestação apresentada pela Procuradoria-Geral da República confirmam a real possibilidade de existência de uma associação criminosa, como salientado pelo Ministério Publico”, escreveu o ministro.
Segundo Moraes, diante do contexto, as aplicações contra os apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), eram “imprescindíveis”. A Polícia Federal (PF) cumpriu os mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro no último 27 de maio, no âmbito do Inquérito nº 4.781, que investiga a disseminação de fake news e ameaças contra a Corte.
Na decisão, Moraes citou quatro frentes no grupo que lidera os atos antidemocráticos: organizadores e movimentos; influenciadores digitais e hashtags; monetização e conexão com parlamentares. “Em face desses indícios apresentados, toma-se imprescindível o deferimento das diligências, inclusive com afastamento excepcional de garantias individuais”, destacou.
Na ação, foram alvo aliados de Bolsonaro como o blogueiro Allan dos Santos (do Terça Livre) e o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o advogado e vice-presidente do Aliança pelo Brasil, Luís Felipe Belmonte (que também é suplente do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e casado com a deputada Paula Belmonte), e a extremista Sara Giromini (conhecida como Sara Winter).
Presa há uma semana na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, Sara Winter está em uma cela isolada e não tem contato com outras presas. Ela foi denunciada pelo Ministério Público Federal por ameaçar o ministro Alexandre de Moraes nas redes sociais. Ela disse que transformaria a vida do ministro em um “inferno” após ela ser incluída no inquérito das fake news.