Moraes encaminha 3º pedido de manifestação da PGR sobre Bolsonaro e PF
Ministro encaminhou solicitação protocolada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para apurar interferência no caso Milton Ribeiro
atualizado
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste acerca da suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na operação da Polícia Federal (PF) que prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
Este é o terceiro pedido encaminhado à PGR sobre o tema no STF. Durante a tarde, a ministra Cármen Lúcia também mandou duas solicitações contra o mandatário no caso do suposto esquema de favorecimento ilícito no Ministério da Educação.
Enquanto Moraes atendeu pedido feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Cármen Lúcia mandou as solicitações elaboradas pelos deputados Israel Batista (PSB-DF) e Reginaldo Lopes (PT-MG).
Em ligação para a filha, interceptada por grampo da PF, Milton Ribeiro disse: “Hoje o presidente me ligou. Ele está com um pressentimento, novamente, de que podem querer atingi-lo através de mim”. A conversa foi no dia 9 de junho. “Ele acha que podem querer fazer uma busca e apreensão em casa. É muito triste”, finalizou.
A investigação
A PF prendeu preventivamente o ex-ministro Milton Ribeiro em 22 de junho, em operação que investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos durante a gestão dele à frente do MEC.
A operação apura o esquema de favorecimento em liberação de verbas do MEC para prefeituras ligadas aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ambos integrantes da Assembleia de Deus e sem nenhum cargo na pasta. Os dois também são alvo de investigação da PF.
A atuação incluiria pedidos de propina de um líder religioso a um prefeito para facilitar acesso a recursos da pasta. Para agilizar o direcionamento de fundo orçamentário proveniente do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado R$ 15 mil e 1 kg de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).
O Ministério da Educação afirma, em nota, que vai colaborar com as investigações e que o governo federal “não compactua com qualquer ato irregular”. A sede da pasta, em Brasília, foi alvo de buscas da Polícia Federal.
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