Ministros e políticos se despedem de Sepúlveda Pertence, no STF
Ex-ministro e advogado morreu neste domingo (2/7), no Hospital Sírio-Libanês em Brasília. Velório ocorre no salão branco do STF
atualizado
Compartilhar notícia
Ministros, autoridades, parlamentares e familiares começaram a chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF), por volta das 10h desta segunda-feira (3/7), para se despedir de Sepúlveda Pertence. O ministro aposentado do STF morreu nesse domingo (2), aos 85 anos, em Brasília.
O jurista estava internado havia cerca de uma semana no Hospital Sírio-Libanês, na capital federal, e morreu em decorrência de insuficiência respiratória.
O velório de Sepúlveda Pertence é realizado no Salão Branco do STF. Em seguida, por volta das 15h, o corpo será levado ao Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
Quem era o ex-ministro Sepúlveda Pertence, que morreu aos 85 anos
No STF, o clima de comoção e homenagens começou cedo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, enviaram uma coroa de flores, citando o trabalho do ministro na “incansável defesa à democracia”.
A família de José Sarney, do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), de ministros e parentes também enviaram flores. A ministra do STF Cármen Lúcia foi a primeira representante da Corte a chegar ao local. O ministro aposentado Nelson Jobim e o ex-PGR Roberto Gurgel apareceram logo em seguida.
Ministra Rosa Weber, presidente do STF, fez o sinal da cruz, conversou familiares e com a ministra Cármen. Em seguida, foi a vez do ministro Dias Toffoli.
Também compareceram os ministros aposentados Nelson Jobim, Carlos Veloso e Carlos Ayres Brito, além do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também esteve no local. “Figura fundamental que marcou a história do Supremo na transição da ditadura para a democracia”, disse.
Emocionado, o ministro Dias Toffoli conversou com a imprensa na saída. O magistrado afirmou que Pertence mostrava “o que é o direito, a interpretação jurídica, a defesa da Constituição”. “Um homem de uma cultura imensa, um ser humano de um coração maior do mundo. O que fica nesse momento é: muito obrigado.”
Um dos três filhos de Pertence, o advogado Evandro Pertence, declarou que é uma “responsabilidade carregar o sobrenome dele”. “Meu pai foi um homem tão grande que eu nem preciso falar do homem público porque vocês todos estão falando. Mas a pessoa, a gentileza, o carinho, a solidariedade, o ser humano que meu pai foi… é um exemplo para todos nós”, disse.
O ministro aposentado do STF Marco Aurélio Mello também prestou homenagens a Sepúlveda Pertence. “Convivi com ele de 1990 a 2007, e percebi um juiz independente, sensível e douto. O Judiciário perde com a morte dele”, ressaltou.
O ministro Luís Roberto Barroso fez elogios. “Aqui (no STF), ele teve uma trajetória admirável. Sempre caracterizado pela humildade e pelo bom humor”, destacou.
Legado jurídico
Natural de Minas Gerais, Sepúlveda foi indicado ao Supremo, em 1989, pelo então presidente da República, José Sarney. Entre 1995 e 1997, ele assumiu a Presidência da Corte, da qual se aposentou em 2007. Desde então, dirigia um escritório de advocacia, no Lago Sul.
O ex-ministro foi procurador-geral da República antes de ser indicado por Sarney ao Supremo. Em 2018, ele integrou a defesa do presidente Lula, a convite de Cristiano Zanin.
A informação da morte foi comunicada pelos filhos de Sepúlveda, Pedro Paulo, Evandro Luiz e Eduardo José Castello Branco Pertence.
“Com um aperto no coração, mas cientes do caráter inexorável do destino, informamos que nosso amado pai, Sepúlveda Pertence, faleceu na madrugada deste domingo, no Hospital Sírio-Libanês, onde estava internado há mais de uma semana.”