Milícia do Rio usava cavalos, gansos e ovelhas para lavar dinheiro
A polícia rastreou e sequestrou os bens em um rancho de Danilo Tandera, já procurado pela Justiça
atualizado
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Doze cavalos da raça manga-larga, sete ovelhas, cinco gansos e três carros estavam sendo usados para lavar dinheiro pela maior milícia do Rio de Janeiro. Os valores eram obtidos com extorsões feitas pelo grupo paramilitar. As informações são do jornal O Globo.
Nesta quinta-feira (09/05/2019), a Justiça rastreou e sequestrou os bens em um rancho também alvo da medida judicial. A ação envolveu policiais do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), além de agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e de Inquéritos Especiais (Draco).
O delegado da DGCOR-LD, Thiago Neves, afirmou que o rancho, localizado na divisa de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, vale aproximadamente R$ 1 milhão. Já o valor estimado dos cavalos gira em torno de R$ 20 mil.
Veja fotos dos animais:
A polícia diz que o proprietário do local é Danilo Dias Lima, o Danilo Tandera. Ele conseguiu escapar do cerco e não foi encontrado. Encarregado de expandir os negócios da milícia para a Baixada, Tandera tem em seu nome dois mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do estado.
Danilo ganhou o apelido de Tandera por ter em seu peito uma tatuagem do Olho de Tandera, símbolo dos Thundercats, animação que fez sucesso no Brasil em meados dos anos 1980.
Outra vez
Em abril, a Justiça do Rio já havia sequestrado duas mansões e um sítio em Seropédica, também imóveis de Tandera. Só uma das mansões, a que conta com piso de porcelanato e banheira com hidromassagem, é avaliada em R$ 1,1 milhão.
“Não há dúvida de que o Danilo Tandera usava o rancho, os animais e os veículos para lavar dinheiro. Ele adquiriu este patrimônio com dinheiro da milícia e colocou em nome de terceiros para tentar dificultar o trabalho da polícia”, disse o delegado Thiago Neves.
A estimativa dos policiais é que o acusado arrecade, por mês, cerca de R$ 4 milhões com a venda de botijões de gás, serviços de terraplanagem e segurança ilegal, além de exploração de sinal de TV a cabo clandestina e comercialização de cigarros contrabandeados, nas comunidades do Rio de Janeiro.