Michel Temer vira réu pela 6ª vez, acusado de organização criminosa
Ex-presidente é suspeito de tentar barrar investigações da Operação Lava Jato. Decisão também atinge Eliseu Padilha e Moreira Franco
atualizado
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O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) virou réu pela sexta vez. Agora, o emedebista responde por organização criminosa e obstrução de Justiça. A decisão é do juiz Marcus Vinícius Reis Batos, da Justiça Federal em Brasília, e atinge também os ex-ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, de Minas e Energia.
A ação penal contra o emedebista pelo crime de organização criminosa ficou conhecida à época como “Quadrilhão do MDB”. O emedebista é réu em outras cinco ações penais.
A denúncia contra Temer foi apresentada em 2017 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O ex-presidente foi acusado de comandar uma organização criminosa e de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. No mês passado, a acusação foi ratificada pelo Ministério Público Federal em Brasília.
Na denúncia referente ao crime de embaraço, Michel Temer é acusado de instigar Joesley Batista a pagar, por meio de Ricardo Saud, vantagens ao operador financeiro Lúcio Funaro – que depois se tornou delator. O objetivo seria impedir que Funaro firmasse um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.
Ambas as acusações foram ratificadas em primeira instância pela força-tarefa Greenfield, da Procuradoria-Geral da República no Distrito Federal.
Prisão
Antes de se tornar réu pela sexta vez, o ex-presidente foi preso por inquéritos referentes a desmembramentos da Operação Lava Jato. Quatro dias após a ordem de prisão, o desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), determinou a soltura.
A operação que prendeu o ex-presidente se chama Descontaminação e cumpriu oito mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 26 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e Paraná, além de no DF. Parte da apuração se refere ao pagamento de propinas para a construção da usina Angra 3, no Rio de Janeiro.
Na mesma operação, também foram presos o ex-ministro Moreira Franco (Minas e Energia) e o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer e apontado pelas investigações da Lava Jato como intermediário dos pagamentos de propinas ao ex-presidente.