Além de ir para a casa da menina e constranger seus familiares, o homem ainda divulgou em suas redes sociais o nome da menina, lançando uma campanha com uma hashtag para que ele não abortasse a criança. A ação é assinada pelo promotor Fagner Rodrigues. Segundo o texto, Teodoro teve acesso “de forma ilegal” aos dados da criança e a detalhes sobre o caso.
Em boletim de ocorrência registrado por familiares da menina, Teodoro teria informado, durante a abordagem que, teria acesso a um assessor da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. O órgão nega qualquer relação com os vazamentos. Nesta quinta-feira, a ministra pediu ao Ministério da Justiça que o caso seja apurado pela Polícia Federal.
A família da menina optou por realizar a interrupção da gravidez decorrente dos atos de violência sexual.
Um vídeo obtido pelo Metrópoles mostra que a pressão do grupo antiaborto na casa da menina fez com que a avó da menina desmaiasse e fosse socorrida pelos outros familiares e levada para a parte interna da casa, deixando o grupo na varanda. Teodoro foi ao local com integrantes do “Projeto Família Cristã”, fundado por ele, e em um veículo adesivado com lemas de sua campanha.
Na denúncia, o MP afirma que Teodoro se dirigiu ao endereço da família da vítima, no dia 15 de agosto, “onde promoveu terror psicológico na responsável pela vítima a fim de que esta mudasse sua decisão a respeito do aborto legal”.
“O requerido teve acesso, de forma ilegal, aos detalhes do caso de uma criança vítima de violência sexual, cuja família optou por realizar a interrupção da gravidez decorrente dos atos de violência sexual, que, evidentemente, corre em segredo de justiça nesta Comarca. Ato contínuo, se dirigiu ao endereço da família da vítima em 15/08/2020 onde promoveu terror psicológico na responsável pela vítima a fim de que esta mudasse sua decisão a respeito do aborto legal, aponta a denúncia.
“No dia seguinte, não satisfeito, ao saber que o procedimento médico seria realizado em outro estado, divulgou o nome da vítima em suas redes sociais seguido dos dizeres Todos a favor da vida me ajudem a levantar a # acima! Não se paga um mal, cometendo outro maior ainda!”, aponta.
De acordo com o documento, “tal conduta está incluída dentro de uma estratégia midiática de viés político-sensacionalista iniciada pela que se porta como líder do grupo fundamentalista, a radical Sara Giromini, e seguida pelo demandado, este fato (ampliar o alcance de Geromini) é admitido pelo próprio em depoimento à polícia. Sua conduta expôs a triste condição de uma criança de apenas 10 anos de idade, grávida de um familiar por quem era cotidianamente estuprada há cerca de 4 anos. A presente demanda, portanto, busca obter provimento jurisdicional no sentido de condenar a requerida ao pagamento de compensação pelo dano moral coletivo decorrente da conduta ilícita”, destaca o MPES.
8 imagens
1 de 8
Pedro Teodoro dos Santos é acusado de constranger a família da menina de divulgar ilegalmente dados da menos na internet
Reprodução/Facebook
2 de 8
Um grupo da União Brasileira de Mulheres e estudantes da Universidade de Pernambuco, colocaram bolas coloridas e cartazes nas grades do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), que fica no bairro da Encruzilhada, no Recife (PE), nesta terça-feira (18). As mensagens são de apoio à criança, moradora do Espírito Santo, que foi submetida a um aborto, para interromper a gravidez precoce, depois de ter sido estuprada pelo tio durante 4 anos seguidos.
MARLON COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
3 de 8
Integrantes do grupo católico Pró-Vida protestam em frente ao Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), onde ficou internada a menina de 10 anos estuprada e grávida
ANDERSON NASCIMENTO/AGÊNCIA PIXEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
4 de 8
Médico Olímpio Barbosa de Moraes Filho, responsável pelo procedimento na menina de 10 anos, em Recife
Reprodução/ Globo News
5 de 8
Grupos antiaborto pressionaram a família de criança grávida após estupro
FILIPE JORDãO/JC IMAGEM/ESTADÃO CONTEÚDO
6 de 8
EuroNews/Reprodução
7 de 8
Integrantes do grupo católico Pró-Vida protestam em frente ao Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), onde ficou internada a menina de 10 anos estuprada e grávida
ANDERSON NASCIMENTO/AGÊNCIA PIXEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
8 de 8
Cisam-UPE (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros) na zona norte de Recife (PE)
YACY RIBEIRO/JC IMAGEM/ESTADÃO CONTEÚDO
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias no Telegram.
Compartilhar
Quais assuntos você deseja receber?
Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:
1.
Mais opções no Google Chrome
2.
Configurações
3.
Configurações do site
4.
Notificações
5.
Os sites podem pedir para enviar notificações
Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?