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Marcelo Odebrecht diz que, quanto mais fala, mais complica Lula

O ex-presidente da companhia foi ouvido como colaborador no processo em que é réu com Lula, acusados de corrupção e lavagem de dinheiro

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
marcelo odebrecht
1 de 1 marcelo odebrecht - Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

O empresário Marcelo Odebrecht afirmou nesta quarta-feira (11/4), em depoimento à Justiça Federal, que, conforme ele analisa e envia para os investigadores da Lava Jato seus e-mails recuperados, “mais complica” a vida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na operação.

Na audiência, Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, afirmou ao juiz Sérgio Moro que não teve acesso ao conteúdo integral dos e-mails e só questionaria em relação àqueles que o empresário selecionou. “Quantos e-mails o senhor analisou, senhor Marcelo?”, perguntou Zanin.

“Eu já devo ter encaminhado mais de 3 mil e-mails, entendeu? Eu digo para o senhor o seguinte: é melhor que a defesa do Lula fique com os e-mails, porque quanto mais eu vou… mais complica a vida dele”, respondeu Odebrecht.

O empresário foi ouvido por Moro como colaborador no processo em que é réu – com o ex-presidente da República –, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro na compra de um terreno que abrigaria o Instituto Lula, em São Paulo, no valor de R$ 12,5 milhões.

Odebrecht disse que a quantia era propina vinda de uma “conta geral” do PT, de R$ 200 milhões, e que os e-mails recuperados confirmam caixa 2 no negócio e o envolvimento de amigos de Lula na negociação.

A ação penal relativa ao terreno para o Instituto Lula – apontado como propina da empreiteira paga ao ex-presidente – é a próxima a ser julgada contra o petista.

Em fase de conclusão, o processo deve entrar agora nas alegações finais, etapa em que a defesa vai pedir a absolvição e o Ministério Público Federal fará sua manifestação final pela condenação.

Sentenciado a 12 anos e 1 mês de prisão em segunda instância no caso do triplex do Guarujá (SP), Lula está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). Odebrecht, atualmente, cumpre sua pena em casa.

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