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Manifestantes prometem defender Lula até “com sangue” em Porto Alegre

Protestos a favor e contra o ex-presidente ocorrem nesta quarta-feira (24/1) na capital gaúcha

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manifestantes uruguaios porto alegre julgamento lula
1 de 1 manifestantes uruguaios porto alegre julgamento lula - Foto: Saulo Araújo/Metrópoles

Manifestantes do Uruguai atravessaram a fronteira com o Brasil para acompanhar o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (24/1), em Porto Alegre (RS). Eles engrossam o coro dos apoiadores do petista, que prometem defendê-lo “com sangue”, em caso de nova condenação e consequente inelegibilidade para as eleições deste ano. Por outro lado, há quem culpe Lula pela suposta corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP).

Um grupo de 10 amigos (foto em destaque) viajou 803km, da capital uruguaia, Montevidéu, para apoiar o ex-presidente. Eles também integram centrais sindicais no país natal e acreditam que a manutenção da democracia no Brasil e nações irmãs na América do Sul passa pela absolvição de Lula. “Defendemos que a Justiça deixe o povo escolher o que é melhor para eles”, disse Tamara García, 27.

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Os paranaenses Paulo Base (E) e Antônio Stachin também engrossam o coro dos apoiadores do petista
A desempregada Enir Monteiro, por sua vez, atribui a Lula a culpa por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro
O julgamento do ex-presidente ocorre no prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4)
Nos arredores do edifício, forças policiais fazem a segurança
Elas mantêm manifestantes a 1km de distância do prédio
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Dez uruguaios saíram da capital do país, Montevidéu, para apoiar o ex-presidente Lula

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Os paranaenses Paulo Base (E) e Antônio Stachin também engrossam o coro dos apoiadores do petista

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A desempregada Enir Monteiro, por sua vez, atribui a Lula a culpa por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

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O julgamento do ex-presidente ocorre no prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4)

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Nos arredores do edifício, forças policiais fazem a segurança

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Elas mantêm manifestantes a 1km de distância do prédio

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“Ninguém vai levar o Lula para a cadeia. Vão tirar nosso sangue antes”, reforçou o paranaense Paulo Base, 51 anos. “Todo mundo aqui defende a paz, mas estamos prontos para a guerra, se for para lutar contra injustiça”, complementou. O discurso dele, repetido pelo amigo Antônio Stachin, 47, é um prenúncio do que pode ocorrer caso o ex-chefe do Executivo nacional seja considerado culpado no julgamento desta quarta (24).

Por outro lado, antagonistas do petista o culpam pelos supostos crimes. A desempregada Enir Monteiro, 53, mora no centro histórico de Porto Alegre e foi com o filho Leonardo Monteiro ao local do julgamento por curiosidade.

A mulher ficou impressionada com o aparato policial e diz não entender o porquê de as pessoas defenderem o Lula, “mesmo com tantas provas”. “As pessoas são meio alienadas, não é? Mas, pelo menos uma vez na vida, temos segurança nesta cidade”, ironizou.

Em meio ao fogo cruzado dos aliados e opositores do ex-presidente, há quem esteja neutro. É o caso de Guilherme Moraes da Silva, 18. Ele aproveita o embate para adaptar o trabalho do dia a dia e faturar grana extra. Ele ganha a vida vendendo bandeiras do Internacional e do Grêmio — seu time do coração — nas portas dos estádio Beira Rio (do Colorado) e da arena tricolor.

Na terça-feira (23), em Porto Alegre, Silva encomendou confecção de 500 bandeiras do Brasil e do PT. E a visão empreendedora do jovem deu resultados. “Em três horas de anúncio, vendi 80 flâmulas do partido e 70 do país, ganhei mais de R$ 300”, contou. Até o fim desta quarta-feira (24), ele acredita voltar para casa com mais de R$ 2 mil.

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Guilherme Moraes da Silva aproveita manifestação para vender bandeiras

 

Julgamento
Três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) julgam recurso do petista já condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Não somente o destino do petista está em jogo. O veredito da Corte federal terá grande influência no cenário político nacional, visto que Lula é um dos principais pré-candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano.

Em sua primeira sessão em 2018, a 8ª Turma analisa recursos do Ministério Público Federal (MPF) e da defesa do petista, condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses de reclusão no caso do triplex do Guarujá (SP) em julho passado. Segundo a acusação, o ex-presidente beneficiou, em troca de propina, a construtora OAS em contratos com a Petrobras.

Os advogados pedem a absolvição de Lula. Já o MPF, o aumento da pena para até 18 anos de prisão e a condenação de outros três acusados, todos ex-diretores da empreiteira, que foram absolvidos em primeira instância.

Cenário turvo e polarizado
No entanto, o julgamento desta quarta (24) não representa uma desfecho no processo contra Lula, já que, independentemente do resultado, tanto a defesa quanto o Ministério Público podem apresentar novas apelações. A sessão, contudo, pode indicar a inelegibilidade do petista, líder das intenções de voto na disputa para o Palácio do Planalto nas eleições gerais de outubro.

Segundo a Lei da Ficha Limpa, condenados em segunda instância não podem se candidatar a cargos públicos. Portanto, caso o TRF-4 mantenha a sentença de primeira instância, Lula se torna, em tese, inelegível. Se esse for o cenário confirmado, a disputa pela Presidência, que já é incerta, torna-se ainda mais turva.

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