“Mais fácil acertar números da Mega que resultado”, diz ex-ministro do TSE sobre julgamento de Bolsonaro
Henrique Neves deu entrevista ao Metrópoles nesta quarta-feira (21/6)
atualizado
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“Seria mais fácil acertar os números da Mega-Sena do que especular o resultado do julgamento”: foi o que disse o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Henrique Neves quando perguntado sobre como seria o resultado do julgamento na corte que poderá tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anose que está marcado para começar nesta quinta-feira (22/6).
Em entrevista ao Metrópoles, Neves também falou ainda sobre a minuta golpista que foi encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O documento foi incluído no processo e gerou indignação do ex-presidente e da sua defesa, que não querem que o documento seja analisada no julgamento.
O ex-ministro explicou que a decisão, assim como várias outras foi tomada pelo relator do processo, foi tomada pelo corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, que decidiu incluir o documento no processo porque a minuta gerou outras consequências para o processo eleitoral brasileiro. Assista ao vídeo completo!
Resultado do julgamento
Para Henrique Neves, a nova composição do tribunal não deve mudar o andamento do julgamento. Os juristas André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques foram nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio deste ano.
Sobre a semelhança entre esse julgamento e o da chapa Dilma-Temer, Neves foi bem claro: “Não há como comparar”. Ele disse que não é uma jurisprudência firmada e que, à época, o tribunal decidiu desconsiderar novas provas apresentadas após a ação ser protocolada.
Essas provas apontavam outras suspeitas, relacionadas a caixa dois, contra os dois políticos. No caso de Bolsonaro, de acordo com Neves, o relator da ação decidiu incluir a minuta do decreto de golpe por entender que esses elementos se destinam a demonstrar desdobramentos dos fatos originalmente narrados na ação.
A pergunta foi feita porque, nesta quarta-feira (21/6), véspera do julgamento no TSE, Bolsonaro falou com a imprensa e reivindicou o critério que absolveu a chapa Dilma-Temer.