metropoles.com

Lula será interrogado por Moro em meio a clima de tensão em Curitiba

Nesta quarta (10), pela primeira vez, o ex-presidente ficará frente a frente com o juiz Sérgio Moro na condição de réu da Lava Jato

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
Ruas no entorno da Justiça Federal estão bloqueadas
1 de 1 Ruas no entorno da Justiça Federal estão bloqueadas - Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

Pela primeira vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficará frente a frente com o juiz Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal, no Paraná. O depoimento do líder petista está marcado para as 14h desta quarta-feira (10/5) e será na condição de réu na Operação Lava Jato. Lula pousou no Aeroporto Internacional Afonso Pena por volta das 10h10, em voo particular fretado, acompanhado de seguranças. O avião com o ex-presidente decolou de São Paulo por volta das 9h30.

Após o pouso, a aeronave seguiu para o hangar da JMalucelli Aviação no aeroporto, onde há um esquema de segurança. Antes de ir até a sede da Justiça Federal, o ex-presidente deve se hospedar em hotel na região central de Curitiba.

O petista foi recebido por parlamentares e dirigentes do PT após desembarcar no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A presidente cassada Dilma Rousseff (PT), que desembarcou uma hora depois de Lula no aeroporto, também se juntou ao grupo, em uma área externa destinada à aviação executiva.

Eles gravaram um vídeo aclamando o petista como “Lula, guerreiro do povo brasileiro”. A comitiva saiu do local por volta das 11h, rumo a seus locais de hospedagem.

O ex-presidente é acusado pela Procuradoria da República, em Curitiba, de receber R$ 3,7 milhões em propinas da construtora OAS. Responde por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro — pena prevista de até 22 anos de prisão, se condenado. A ampliação, reforma e decoração de um tríplex, no Guarujá (SP), e o custeio do armazenamento de bens, de 2011 a 2016, seriam “benesses” dadas ao petista, em troca de negócios na Petrobras.

Até o fim da tarde desta terça-feira (9/5), 20 ônibus com manifestantes tinham chegado à capital do Paraná e outros 36 eram aguardados até esta quarta, quando acontece o Dia D da Lava Jato. Organizadores estimavam em 50 mil o total de defensores do ex-presidente. A maior concentração será na região central de Curitiba.

A Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Federal montaram um megaesquema para evitar confrontos e manifestações violentas na cidade durante a audiência. Há atos em defesa da Lava Jato e de Moro. O clima é de tensão na capital paranaense.

O acesso ao prédio da Justiça Federal está fechado desde as 23h desta terça. Num raio de 150 m só podem entrar quem mora, trabalha ou estará a serviço durante o interrogatório, segundo explicou o secretário de Segurança do Paraná, Wagner Mesquita. São seis pontos de bloqueio nos acessos ao prédio da Justiça. O fórum suspendeu as atividades.

Um corredor com segurança armado divide o gabinete do juiz Sérgio Moro da sala de audiências no segundo andar do edifício da Justiça Federal. O depoimento será registrado por uma câmera acoplada no computador do magistrado. Os vídeos de interrogatórios da Lava Jato serão tornados públicos ainda nesta quarta-feira, no processo eletrônico.

Nas últimas duas semanas, a defesa do ex-presidente perdeu dois pedidos para filmar com equipe própria a audiência. Mas aguarda ainda um recurso em terceiro grau. No pedido negado por Moro, ele afirmou que “não se ignora que o acusado Luiz Inácio Lula da Silva e sua defesa pretendem transformar um ato normal do processo penal, o interrogatório, oportunidade que o acusado tem para se defender, em um evento político-partidário”.

Para o juiz, a convocação da militância para manifestações de apoio é um exemplo disso. “A gravação pela parte da audiência com propósitos político-partidários não pode ser permitida, pois se trata de finalidade proibida para o processo penal”, alertou Moro, no despacho de segunda-feira (8/5).

Moro deve evitar o confronto com o réu. Como tem feito na maioria dos interrogatórios, deve advertir o interrogado para evitar falas retóricas ou que desviem do foco do processo.

É a primeira vez que Lula entrará na Justiça Federal, em Curitiba. Ele já foi ouvido por Moro, em novembro de 2016, mas como testemunha de defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, em outro processo, e por videoconferência. A conversa protocolar durou 9 minutos e 44 segundos.

Na manhã desta terça-feira, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negou um habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente para que a audiência fosse adiada. Os advogados de Lula recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na tentativa de protelar o depoimento. (Com informações de O Estado de São Paulo)

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?