Lula pediu para Odebrecht favorecer empresa de sobrinho, diz delator
Ex-presidente intermediou negócio da construtora com empreendimento de Taiguara Rodrigues em Angola, com financiamento do BNDES
atualizado
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Executivos da Odebrecht afirmaram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intermediou negócio da construtora com empresa do sobrinho Taiguara Rodrigues, no âmbito de contratos em Angola, com financiamento do BNDES; Lula já é réu em ação que o investiga por suposto tráfico de influência no país africano em favor da construtora.
O empresário Marcelo Bahia Odebrecht, revelou, em delação premiada à Lava Jato, que a construtora contratou, no âmbito de obras no em Angola financiadas pelo BNDES, a empresa do sobrinho de Lula, Taiguara Rodrigues, a pedido do ex-presidente. De acordo com o ex-presidente do grupo, o parente do petista criou a Exergia sem ter experiência na área de construção e somente para fazer uso da influência de Lula.
O ex-presidente Lula já é réu em processo, acusado de intermediar contratos para a empresa do sobrinho com a Odebrecht, em obras realizadas em Angola, com financiamento do BNDES. Taiguara Rodrigues criou a empresa Exergia, em 2009, e chegou a receber R$ 20 milhões, entre o ano de fundação da empresa e 2015.
Além de ser acusado de intermediar os contratos para o sobrinho, Lula também foi denunciado por atuar junto ao BNDES para a liberação dos financiamentos das obras em Angola. O caso está sob julgamento do juiz Vallisney de Souza Oliveira 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.
“Segundo o Ministério Público, os colaboradores relatam que o Grupo Odebrecht, entre os anos de 2011 a 2014, teria contratado a empresa Exergia, de propriedade Taiguara Rodrigues (sobrinho do ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva), objetivando prestação de serviços em Angola. Esclarecem, nesse contexto, que a referida contratação constituiria atendimento a pedido formulado pelo próprio ex-Presidente, acrescentando que a empresa Exergia não detinha experiência no ramo de construção e seria constituída por Taiguara Rodrigues tão somente para fazer uso da influência do ex-Presidente da República.”, afirma Fachin.
Acolhendo pedido da Procuradoria Geral da República, o ministro relator da Operação Lava Jato no Supremo deferiu o pedido da PGR para encaminhar as delações à Seção Judiciária do Paraná e à Procuradoria da República do Paraná.
“Observo que toda investigação deverá ser mantida em sigilo até 3 de maio de 2017”, determinou Fachin.