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Lula entra com pedido de habeas corpus no STJ para evitar prisão

Defesa requer que Corte barre “execução antecipada da pena”, mas decisão será de ministro que negou todas as solicitações do petista em 2017

atualizado

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DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do PT em Brasília. – Brasília(DF), 24/04/2017
1 de 1 Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do PT em Brasília. – Brasília(DF), 24/04/2017 - Foto: DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram pedido de habeas corpus preventivo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta terça-feira (30/1), para evitar a prisão do político após a conclusão de seu julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A Corte ainda analisará recursos antes de a pena imposta – 12 anos e 1 mês de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro – poder ser executada. Conforme a defesa de Lula alegou, em nota, o cumprimento da sentença após confirmação em segunda instância é inconstitucional, e os advogados querem que o petista aguarde em liberdade enquanto as instâncias superiores analisam apelações.

Nesta tarde, o habeas corpus foi distribuído ao ministro Felix Fischer, relator de casos da Operação Lava Jato no STJ. Mesmo assim, o pedido de medida liminar de Lula pode ser analisado pelo vice-presidente do tribunal, ministro Humberto Martins, que exerce a presidência da Corte durante o recesso do Judiciário. O trabalho normal será retomado na quinta-feira (1º/2).

Com seis integrantes do STJ, as chances de o petista conseguir uma liminar favorável de Fischer é vista como baixíssima e até mesmo improvável, pois o ministro é considerado técnico, rigoroso e um dos maiores nomes da área penal do tribunal. Ele não atendeu a nenhum dos 10 pedidos feitos pela defesa de Lula durante o último ano.

Argumentos
Ao apresentarem o habeas corpus nesta terça, os advogados do ex-presidente alegam que o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que possibilitou a prisão após condenação por um órgão colegiado não vale automaticamente para todos os casos. Além disso, o STF deve analisar novamente o tema em breve, afirmam eles.

O pedido cita artigo do Código de Processo Penal que determina: a prisão deve ocorrer “em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado” – ou seja, quando não há mais possibilidade de recursos. Ainda, segundo alega a defesa, uma eventual prisão irá influenciar nas eleições presidenciais, já que Lula anunciou sua pré-candidatura à Presidência da República e está liderando as pesquisas de intenção de voto.

“Ademais, não há como negar que a eventual restrição da liberdade do paciente terá desdobramentos extraprocessuais, provocando intensa comoção popular – contrária e favorável – e influenciando o processo democrático, diante de sua anunciada pré-candidatura à Presidência da República”, diz o texto.

Na semana passada, o TRF-4 confirmou a condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro – a qual havia sido determinada pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara de Curitiba – e aumentou a pena do ex-presidente de 9 anos e 6 meses para 12 anos e 1 mês. Os desembargadores da 8ª Turma da Corte ressaltaram que a prisão do petista poderá ser decretada após a análise de um recurso ainda não ajuizado pela defesa do político.

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