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Lula é interrogado por Moro na sede da Justiça Federal em Curitiba

Acusado de receber R$ 3,7 milhões em propinas da construtora OAS, o petista foi ouvido pela primeira vez na condição de réu da Lava Jato

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ALEX SILVA/ESTADAO CONTEUDO
Lula chega ao predio da JustiÁa Federal em Curitiba
1 de 1 Lula chega ao predio da JustiÁa Federal em Curitiba - Foto: ALEX SILVA/ESTADAO CONTEUDO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou por volta das 13h50 desta quarta-feira (10/5) à sede da Justiça Federal em Curitiba, onde prestou, pela primeira vez, depoimento ao juiz Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato. Por cerca de cinco horas, o petista foi interrogado na condição de réu.

Lula chegou sob forte esquema de segurança. Somente em volta do prédio da Justiça Federal, havia 400 policiais. Alguns deles estavam posicionados em cima dos prédios. O depoimento começou às 14h10 e foi encerrado por volta das 19h10.

Durante a sessão, os celulares foram deixados do lado de fora por determinação do magistrado que conduz as investigações da Lava Jato na 13ª Vara Federal. Cerca de duas horas foram dedicadas apenas a perguntas direcionadas a Lula. Por volta das 17h, houve pausa para o café. Em seguida, a sessão foi retomada.

Apoio
Após desembarcar em Curitiba, Lula ficou cerca de 40 minutos com deputados, senadores e lideranças do movimento social em um hangar do aeroporto. Segundo o ex-presidente do PT-DF e atual coordenador da Liderança do partido no Senado, Wilmar Lacerda, Lula estava tranquilo e afirmou que, depois dos mais de 70 depoimentos agendados nesta fase, provará a sua inocência.

Wilmar disse ainda que a presidente cassada Dilma Rousseff, deputados, senadores e lideranças sociais seguirão para a Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, onde estão os apoiadores do ex-presidente. Há a possibilidade de Lula seguir para lá após seu depoimento ao juiz Sérgio Moro.

Acusação
O petista é acusado pela Procuradoria da República, em Curitiba, de receber R$ 3,7 milhões em propinas da construtora OAS. Responde por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro — pena prevista de até 22 anos de prisão, se condenado. A ampliação, reforma e decoração de um tríplex, no Guarujá (SP), e o custeio do armazenamento de bens, de 2011 a 2016, seriam “benesses” dadas ao petista, em troca de negócios na Petrobras.

Moro deve evitar o confronto com o réu. Como tem feito na maioria dos interrogatórios, deve advertir o interrogado para evitar falas retóricas ou que desviem do foco do processo.

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Integrantes do MST realizam marcha pró ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba (PR).
Pixuleco, nome dado ao boneco inflável em referencia ao ex-presidente Luiz Inacio Lula
Chegada de Lula ao prédio da Justiça Federal em Curitiba (PR)
Lula em Curitiba
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Militantes cercam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é réu na Lava Jato, na sua chegada ao prédio da Justiça Federal, no bairro Ahú, em Curitiba (PR).

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Integrantes do MST realizam marcha pró ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba (PR).

TABA BENEDICTO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Pixuleco, nome dado ao boneco inflável em referencia ao ex-presidente Luiz Inacio Lula

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Chegada de Lula ao prédio da Justiça Federal em Curitiba (PR)

Oka Madruga/Futura Press/Estadão Conteúdo
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Lula em Curitiba

WILTON JÚNIOR/O ESTADO DE S. PAULO

Lula já foi ouvido por Moro, em novembro de 2016, mas como testemunha de defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em outro processo e por videoconferência. A conversa protocolar durou 9 minutos e 44 segundos.

Recursos negados
Nesta quarta (10), o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou recurso em que os advogados do petista pediam que Moro fosse considerado suspeito para julgar ação penal relacionada ao caso do triplex no Guarujá. A decisão põe fim aos três recursos movidos no dia anterior pelos defensores.

O relator do caso já havia negado dois habeas corpus movidos pela defesa do ex-presidente. Um deles requeria o direito aos advogados de fazer uma gravação independente do depoimento de Lula à Justiça Federal. O outro pedia a suspensão da ação contra o petista para que a defesa analisasse, em até 90 dias, os documentos da Petrobras. (Com informações da Agência Estado)

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