Lewandowski nega HC, mas garante silêncio à “Capitã Cloroquina” na CPI
O ministro do STF permitiu que Mayara Pinheiro fique calada sofre fatos ocorridos entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021
atualizado
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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta sexta-feira (21/5), pela segunda vez, o pedido da médica Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, para ficar em silêncio na CPI da Covid, no Senado. O magistrado, no entanto, fez ponderações na nova decisão.
Ao analisar o primeiro pedido, o ministro entendeu que não havia elementos que justificassem a concessão do habeas corpus preventivo. Mayara, então, pediu que Lewandowski reconsiderasse a sentença, alegando que há uma investigação contra ela que esbarra nos limites do trabalho da comissão parlamentar.
Na decisão mais recente, o ministro do STF entendeu que, por haver a investigação, a qual envolve também o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, a “Capitã cloroquina” poderá ficar em silêncio quanto aos fatos ocorridos no período compreendido entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
Apesar disso, ela terá que se pronunciar, sem reservas, especialmente acerca de sua atuação na Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde, e também sobre as demais questões que vierem a ser formuladas pelos parlamentares. Mayra deve ser ouvida pelos senadores na próxima terça-feira (25/5).
“Maior desejo é falar na comissão”
Em entrevista ao Metrópoles, Mayra afirmou que o seu maior desejo é “falar” na CPI da Covid-19. Ela negou ter entrado com habeas corpus no STF para ter direito de ficar em silêncio.
“Eu não entrei com um processo para ficar calada, não. Eu entrei com um processo para ter direito a levar os meus advogados. O que eu mais quero nessa CPI é falar. É exatamente o contrário. Eu tenho muito interesse de poder falar, para o Brasil, a verdade e o que eu vivo no meu trabalho. Não entrei com a intenção de ficar calada, não, até porque é uma grande oportunidade”, disse.
A secretária assegurou, ainda, que irá fazer, durante a comissão, a defesa da cloroquina – medicamento sem eficácia comprovada cientificamente no tratamento da Covid-19 – e do Trate-Cov, aplicativo lançado pelo governo federal que recomendava o chamado “tratamento precoce” a pacientes com coronavírus.