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Léo Pinheiro entrega a Moro “registros de encontros” com Lula

A defesa do ex-presidente da OAS afirmou que os registros dos encontros estavam na agenda dos celulares dele

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Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do PT em Brasília. – Brasília(DF), 24/04/2017
1 de 1 Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do PT em Brasília. – Brasília(DF), 24/04/2017 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, entregou à Justiça nesta segunda-feira (15/5), “registros de encontros” com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A defesa do delator afirmou que os registros dos encontros estavam na agenda dos celulares dele.

Um dos arquivos entregues por Léo Pinheiro tem 41 páginas. O documento indica três reuniões no Instituto Lula: em 23 de fevereiro de 2012, em 27 de julho de 2012 e 16 de abril de 2013.

O material foi anexado à ação penal na qual Léo Pinheiro e Lula são réus. Os documentos foram entregues com o objetivo de corroborar o depoimento do empreiteiro. Ao juiz federal Sérgio Moro, o executivo afirmou que o triplex de Guarujá (SP) “era de Lula”.

O ex-presidente é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de receber R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção — da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do tríplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.

Uma das mensagens anexada por Léo Pinheiro é de 22 de fevereiro de 2014. O empreiteiro conversa com a filha e escreve. “Voltando de SBC. Trânsito horroroso no Ibirapuera.”

Segundo a denúncia da Lava Jato, em fevereiro de 2014, Léo Pinheiro solicitou a Fábio Yonamine, então presidente da OAS Empreendimentos, que o apartamento 164-A do Condomínio Solaris fosse preparado “com sua limpeza e retoques na pintura” para a visita de Lula.

No dia da visita, afirma a força-tarefa da Lava Jato, Fábio Yonamine encontrou Léo Pinheiro e ambos foram no mesmo carro para São Bernardo do Campo, onde encontraram Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia – morta em fevereiro de 2017. De lá, seguiram todos para o Condomínio Solaris, no Guarujá. Em depoimento a Moro, Lula confirmou que esteve uma vez no tríplex, em fevereiro de 2014.

Na agenda de Léo Pinheiro, há a indicação de encontro com Fabio Yonamine entre 1 e 2 de fevereiro. “Res. Dr. Léo – Após ir para o Guarujá.”

Em outra mensagem entregue à Justiça, um interlocutor diz a Léo Pinheiro em 6 de junho de 2014. “Léo, amanhã vou pra o nosso tema para esvaziar o lago para impermeabilizar. Eles, eu soube que vão estar lá para acompanhar a despesca. Mas não tenho certeza. Se desejar podemos combinar.”

Segundo o Portal da Transparência, um dos seguranças de Lula esteve em no sítio de Atibaia entre 6 e 10 de junho.

O documento interno da OAS Empreendimentos, entregues por Léo Pinheiro, é intitulado “Análise de Custos de Obras”, de outubro de 2014. O relatório trata de custos de construção de edifícios da OAS, entre eles o Solaris.

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