Lava Jato: Paulo Preto é condenado pela 1° vez por formação de cartel
O ex-diretor da Dersa foi condenado na Operação a uma pena de 27 anos e oito dias, sendo os oito primeiros anos em regime fechado
atualizado
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Paulo Vieira de Souza, mais conhecido como Paulo Preto e ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), foi condenado pela Lava Jato nesta quinta-feira (28/2) a uma pena de 27 anos e oito dias, sendo os oito primeiros anos em regime fechado. Ele foi acusado de ter fraudado licitações e participado de formação de cartel em obras do trecho sul do Rodoanel e do Sistema Viário Metropolitano de São Paulo entre 2004 e 2015. As informações são da Folha de S. Paulo.
É a primeira vez que Paulo Preto é condenado na Operação Lava Jato. A sentença foi dada pela juíza Maria Isabel do Prado, da 5° Vara Criminal de São Paulo. A defesa do ex-diretor da Dersa, empresa controlada pelo governo de São Paulo, sempre negou as acusações.
A denúncia usou depoimentos de delatores que afirmam que, ao virar diretor da Dersa em 2007, Preto se reunia com dirigentes das empresas contratadas e distribuía previamente as obras do sistema viário. Dois delatores afirmaram que o ex-diretor chegou a dizer: “O mercado é um problema. Eu o administro. Eu tomo conta do mercado”.
Operação Lava Jato
Paulo Preto foi preso em 19 de fevereiro após investigação sobre esquema de pagamento de R$ 130 milhões em propinas pela Odebrechet a políticos. As atividades aconteceram entre 2010 e 2011 e tinham como um dos objetivos irrigar campanhas eleitorais.
Durante buscas e apreensões, policiais federais encontraram em um dos endereços ligados a Paulo Preto um bunker de dinheiro oriundo de propinas no valor de mais de R$ 100 milhões. “O bunker de Paulo Preto tinha o dobro do de Geddel (Vieira Lima)”, disse à época da prisão o procurador da República Roberson Pozzobon. Ele informou que, devido à umidade do quarto em que as notas estavam, elas eram colocadas ao sol para evitar mofos.