Lava Jato: Moro marca novo depoimento de Lula para 13 de setembro
Esta será a segunda vez que o ex-presidente será ouvido em Curitiba (PR) pela força-tarefa da operação
atualizado
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O juiz federal Sérgio Moro marcou para 13 de setembro o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo da Operação Lava Jato que investiga suspeitas sobre um terreno e um apartamento em São Bernardo do Campo, em São Paulo. A ação penal tramita na Justiça Federal em Curitiba (PR). Porém, o magistrado recomendou que o interrogatório ocorra por videoconferência com a Justiça Federal paulista. Os advogados de Lula têm cinco dias para se manifestar.
Neste processo, o Ministério Público Federal (MPF) acusa o petista de receber propina. O pagamento seria disfarçado pela aquisição de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do ex-presidente. A força-tarefa da Lava Jato sustenta que a Odebrecht comprou as propriedades em troca de contratos adquiridos pela empreiteira na Petrobras.
“Considerando o havido no interrogatório de Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal 5046512-94.2016.4.04.7000, que acabou envolvendo gastos necessários, mas indesejáveis de recursos públicos com medidas de segurança, diga a Defesa respectiva, em cinco dias, se tem objeções à realização de novo interrogatório do acusado em questão por videoconferência com a Justiça Federal de São Paulo.”
Além de Lula, há outros sete réus neste processo. Entre eles, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o ex-presidente da Odebrecht, o empresário Marcelo Odebrecht — ambos estão presos e têm condenação na Lava Jato.
Moro também agendou os depoimentos dos demais acusados. Veja:
4 de setembro, às 14h: Marcelo Bahia Odebrecht, Demerval de Souza Gusmão Filho e Paulo Ricardo Baqueiro de Melo
6 de setembro, às 14h: Antônio Palocci Filho, Roberto Teixeira e Glaucos da Costa Marques;
13 de setembro, às 14h: Luiz Inácio Lula da Silva e Branislav Kontic;
Condenação
O juiz Sérgio Moro condenou Lula a nove anos e meio de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A sentença é referente ao recebimento de propina pela OAS, investigada no âmbito da Lava Jato. Entre os benefícios recebidos pelo petista estaria o apartamento triplex no balneário do Guarujá, em São Paulo.
Na sentença, Moro não decretou a prisão de Lula. Segundo o juiz, “a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de se extrair as consequências próprias da condenação”. Lula é o primeiro ex-presidente da República a ser condenado por corrupção. Esta é a primeira condenação dele na Lava Jato.