Lava Jato diz que corrupção na Petrobras e Mensalão estão ligados
“Há realmente, do meu ponto de vista, alguma ligação. Não é o mesmo esquema, mas são esquemas relacionados”, afirmou o procurador da República Diogo Castor de Mattos
atualizado
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Durante a entrevista coletiva nesta sexta-feira (1º/4) sobre a Operação Carbono 14, 27ª fase da Lava Jato, os investigadores afirmaram que a corrupção na Petrobras e o mensalão ocorreram ao mesmo tempo.
“Há realmente, do meu ponto de vista, alguma ligação. Não é o mesmo esquema, mas são esquemas relacionados. Se você observar a época dos fatos, esse esquema do mensalão consistia em empréstimos fraudulentos junto ao banco rural e ao Banco BMG em troca de favores do governo”, afirma o procurador da República Diogo Castor de Mattos.
O procurador explica que, no mensalão, as instituições financeiras recebiam como benefícios algum tipo de favor vindo do governo federal. “Banco Schahin era uma situação parecida. Estamos analisando fatos de outubro de 2004, o mensalão veio à tona em maio de 2005. Esse esquema ocorreu concomitantemente ao mensalão, então por isso você vai ter alguma recorrência de alguns personagens, como o Marcos Valério”, explica. Segundo o Marcos Valério, o ex-secretário do PT Silvio Pereira (ex-secretário do PT) o teria procurado em 2004 para operacionalizar melhor o esquema de capitais.Carbono 14
Nesta nova fase da Operação Lava Jato estão sendo cumpridos 12 mandados judiciais em São Paulo. Do total de mandados expedidos, 2 são de prisão temporária, 8 de busca e apreensão, além de 2 de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.
Em nota, a força-tarefa da Lava Jato afirmou que 50 policiais estão nas ruas e que a Carbono 14 investiga esquema de lavagem de capitais de cerca de R$ 6 milhões “provenientes do crime de gestão fraudulenta do Banco Schahin, cujo prejuízo foi posteriormente suportado pela Petrobras”.