Lava Jato denuncia ex-gerente da Petrobras por propina de US$ 4,8 mi
Pedro Bastos está preso desde 26 de maio, quando foi deflagrada a Operação Poço Seco, fase 41 da Lava Jato
atualizado
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A força-tarefa Lava Jato no Ministério Público Federal no Paraná denunciou nesta segunda-feira (12/6) o ex-gerente da área internacional da Petrobras Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, o ex-gerente recebeu US$ 4,8 milhões em propinas na conta da offshore Sandfield, na Suíça, da qual era beneficiário e, em contrapartida, utilizou-se do cargo para dar amparo técnico a um negócio envolvendo a venda de um campo seco de petróleo em Benin, na África, da empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures Sarl (CBH) para a Petrobras, em 2011.
Pedro Bastos está preso desde 26 de maio, quando foi deflagrada a Operação Poço Seco, fase 41 da Lava Jato.
A denúncia aponta que o ex-gerente esteve comprovadamente envolvido com a realização do negócio, praticando diversos atos de ofício que deram justificativa técnica falsa para a aquisição dos ativos. Um relatório da Comissão Interna de Apuração da Petrobras, que investigou os fatos, apontou que Bastos foi responsável por uma série de irregularidades, dentre as quais: orientar a manipulação de dados e informações com objetivo de melhorar o resultado econômico do projeto e por falta de supervisão de subordinado.Segundo a força-tarefa da Lava Jato, após as conclusões da Comissão Interna de Apuração, Pedro Augusto foi demitido por justa causa dos quadros da companhia estatal no segundo semestre de 2016.
Ouvido na fase de investigações, o ex-gerente declarou que era gerente da área internacional da Petrobras ao tempo dos fatos, e que trabalhou na análise e no projeto relativo a Benin. Além disso, ainda declarou que tinha conhecimento do envolvimento de João Augusto Rezende Henriques no negócio envolvendo o campo de Benin e que, como Henriques queria dar um “prêmio” ao depoente, foi aberta a conta da offshore Sandfield Consulting, que recebeu as aludidas transferências.
João Augusto Henriques está preso desde setembro de 2015. Na operação Lava Jato, Henriques já foi condenado a sete anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em decorrência dos mesmos fatos em outro processo, no qual também foram condenados o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada.