Justiça quer leiloar R$ 1 bi em bens de Cabral, Eike e outros presos
Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal no Rio de Janeiro, pretende reverter o lucro obtido aos cofres públicos
atualizado
Compartilhar notícia
A 7ª Vara Federal no Rio de Janeiro iniciou, a pedido do juiz Marcelo Bretas, o levantamento e a avaliação de todos os bens apreendidos até agora nas operações da Lava Jato no estado. O magistrado pretende leiloar mansões, lanchas, iates, joias, fazenda e carros do ex-governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) e do empresário Eike Batista. O lucro obtido, em seguida, será revertido aos cofres públicos.
Cabral e Eike estão presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu (RJ). O ex-governador é réu em sete ações por fraude, corrupção e lavagem de dinheiro. Já o empresário está detido por pagamento de propina. Ambos cumprem prisão preventiva.
O cálculo inicial estima que o valor ultrapassa R$ 1 bilhão, como antecipou a coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Além de Sérgio Cabral e Eike Batista, a mulher do ex-governador, Adriana Ancelmo, os empresários Fernando Cavendish e Miguel Skin, além do ex-secretário de Saúde do RJ, Sérgio Côrtes, podem ter os bens leiloados.
Cabral
No caso do ex-governador do Rio, a cotação é feita sobre as joias compradas, supostamente, com dinheiro da propina, obras de arte e um iate. A embarcação Manhattan foi adquirida por R$ 5 milhões em 2007. O iate foi apreendido na Operação Calicute, que prendeu Cabral, em novembro do ano passado. À época, acreditava-se que o item pertenceria ao empresário Paulo Magalhães Pinto.
Porém, atualmente, depoimentos e o aprofundamento das investigações levam os procuradores da República da Força-tarefa da Lava Jato a crerem que a embarcação seja de Cabral. A casa de luxo do peemedebista, em um condomínio em Mangaratiba (RJ), também está entre os bens que podem ir a leilão.
Carros de Eike
Eike Batista também pode ter os bens leiloados. Ele foi preso na Operação Eficiência, em 30 de janeiro. Segundo o Ministério Público Federal, o empresário pagou US$ 16,5 milhões em propina a Sérgio Cabral.
A Justiça apreendeu bens como uma Ferrari e um Lamborghini. Há pouco mais de dois anos esses bens já tinham sido apreendidos em outros processos da Justiça Federal. À época, o juiz Flávio Roberto de Souza chegou à Justiça dirigindo o carro do empresário — tempos depois, ele foi afastado.