Justiça nega suspender ação contra Flávio Bolsonaro no caso Queiroz
Senador alegou que houve acesso ilegal aos seus sigilos fiscal e bancário. Desembargador não concordou com o argumento
atualizado
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O desembargador Antônio Carlos Nascimento Amado, da 3ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro, negou pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) – um dos filhos do presidente da República – para suspender a investigação do Ministério Público do estado sobre o caso do motorista Fabrício Queiroz. A informação é do blog do Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
No processo, Flávio alegou que houve acesso ilegal aos seus sigilos fiscal e bancário, “sendo fornecidas informações muito além daquelas que constariam dos bancos de dados do [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] Coaf”. No entanto, o desembargador concluiu: “não houve fornecimento de dados sigilosos”.
Na decisão consta que “caso o Ministério Público estivesse em vias de propor alguma medida judicial (recebimento de denúncia, restrição a alguma atividade do paciente), poderia se paralisar o andamento do procedimento investigatório, até melhor exame da conduta praticada pelo Ministério Público, se compatível ou não com os preceitos constitucionais. Não é a hipótese”.
De acordo com a reportagem, o desembargador ainda afirma que “o procedimento já está tramitando sob o regime especial de supersigilo, a fim de resguardar os dados do conhecimento por terceiros”.
Queiroz foi apontado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como o responsável por uma movimentação financeira atípica de mais de R$ 1,2 milhão em suas contas bancárias. O fato levantou uma crise em torno do presidente Jair Bolsonaro (PSL).