metropoles.com

Justiça nega pedido de ex-secretário da Copa para trancar Panatenaico

A juíza Pollyanna Kelly, da 12ª Vara Federal, manteve bloqueio dos bens de Cláudio Monteiro e deu mais prazo para a defesa de Filippelli

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Mary Leal/Agência Brasília
claudio monteiro
1 de 1 claudio monteiro - Foto: Mary Leal/Agência Brasília

A juíza Pollyanna Kelly Maciel, da 12ª Vara da Justiça Federal, negou pedido do ex-secretário da Copa do Mundo de 2014 da gestão Agnelo Queiroz (PT) Francisco Cláudio Monteiro para trancar inquérito policial gerado a partir de informações da Operação Panatenaico. A decisão é da última sexta-feira (31/8), mas foi aberta ao público nessa segunda (3/9).

As investigações do caso pela Polícia Federal identificaram fraudes e desvios de recursos públicos em obras da reforma do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha para o Mundial de 2014.

Embora Monteiro não esteja entre os 12 réus que respondem por organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude a licitação, a conta bancária do ex-secretário encontra-se bloqueada. Ele pediu a liberação, mas a Justiça indeferiu a solicitação.

“A investigação prossegue em relação às irregularidades atribuídas ao requerente neste processo, conforme destaca o Ministério Público Federal. Medida cautelar determinou indisponibilidade de bens ativos até o limite de R$ 100 mil em relação a Cláudio Monteiro”, afirmou a juíza, na decisão.

Ainda segundo a magistrada, “não merece prosperar o pedido de trancamento de inquérito policial formulado por Francisco Cláudio Monteiro, uma vez que não é a via adequada para semelhante pleito”. Nem Monteiro nem a defesa dele foram localizados para comentar o caso.

Tadeu Filippelli
A juíza também concedeu 10 dias de prazo adicional ao presidente do MDB no DF, Tadeu Filippelli, para apresentar a defesa. Candidato a deputado federal, Filippelli é um dos 12 réus na ação. Porém, de acordo com Alexandre Queiroz, advogado do ex-vice-governador, os argumentos já foram apresentados à Justiça.

Segundo as investigações, Filippelli teria recebido verbas destinadas à sua campanha no valor de R$ 2,485 milhões, pela empreiteira Andrade Gutierrez, e de R$ 3,7 milhões pela Via Engenharia. Além disso, ele teria ficado com 1% em propina referente ao valor do contrato firmado com o consórcio para a reforma da arena brasiliense.

Desvio de recursos públicos
As investigações da PF identificaram fraudes e desvios de recursos públicos em obras de reforma do Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Orçada em R$ 600 milhões, a arena brasiliense custou mais de R$ 1,7 bilhão. Estima-se que R$ 900 milhões foram desviados. A operação é decorrência das delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez.

Segundo a denúncia, os ex-governadores José Roberto Arruda (PR), Agnelo Queiroz e o ex-vice Filippelli teriam recebido R$ 16,6 milhões em propina na obra. A partir das delações premiadas de ex-executivos das empreiteiras Andrade Gutierrez e também da Odebrecht, foram identificados repasses aos três políticos, que chegaram a ser presos na época da operação.

Agnelo Queiroz, de acordo com o MPF, teria embolsado R$ 6,495 milhões. A fatia de Arruda seria de R$ 3,92 milhões. Já Filippelli supostamente recebeu R$ 6,185 milhões. O dinheiro, segundo as investigações, foi repassado de diversas formas: em doações partidárias para igrejas, compras de bebidas e ingressos para Copa do Mundo de 2014 e em espécie.

A denúncia relata que o acerto para o superfaturamento do Mané Garrincha teria começado em uma reunião na Residência Oficial de Águas Claras. Na época, Arruda era o governador.

Confira os 12 réus:
Agnelo Queiroz: ex-governador do DF
Tadeu Filippelli: ex-vice-governador do DF
José Roberto Arruda: ex-governador do DF
Maruska Lima de Sousa Holanda: ex-diretora de Edificações da Novacap e ex-presidente da Terracap
Nilson Martorelli: ex-presidente da Novacap
Fernando Queiroz: proprietário da Via Engenharia
Jorge Luiz Salomão: operador de Agnelo
Sérgio Lúcio Silva de Andrade: operador de Arruda
Afrânio Roberto de Souza Filho: operador de Filippelli
Luiz Carlos Alcoforado: ex-advogado de Agnelo, teria recebido propina destinada ao petista
Wellington Medeiros: ex-desembargador e advogado, teria recebido propina para Arruda
Alberto Nolli Teixeira: era diretor de Construção da Via Engenharia, engenheiro, casado e morador do Setor Sudoeste. É apontado como um dos pagadores de propina em nome da empreiteira

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?