Justiça mantém prisão de Cabral, Adriana Ancelmo e mais três
As acusações são de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa
atualizado
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O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) manteve presos o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB), sua mulher, Adriana Ancelmo e três outros acusados na Operação Calicute, Luiz Carlos Bezerra, Paulo Magalhães Pinto e José Orlando Rabelo. Em sessão na tarde desta quarta-feira (14/12) três desembargadores votaram por unanimidade pela rejeição dos pedidos de habeas corpus apresentados pelas defesas de quatro acusados no processo. O desembargador Ivan Athié divergiu no caso de Adriana, cuja libertação defendeu, para que cuidasse dos dois filhos. Os advogados dos réus anunciaram que recorrerão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Relator do pedido, o desembargador federal Abel Gomes, da 1ª Turma Especializada, já havia negado liminarmente os pedidos. Ainda era necessário, porém, julgar no colegiado o mérito dos pedidos. Os cinco acusados estão entre os presos sob acusação de integrar um suposto esquema de desvio de verbas de obras públicas que teria funcionado no Rio de Janeiro, sob liderança de Cabral, durante seu primeiro governo, de janeiro de 2007 a abril de 2014. A suposta organização, que teria recebido propinas de empreiteiras, teria desviado mais de R$ 220 milhões de obras como a reforma do Maracanã e o PAC das Favelas. As acusações são de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa.
A procuradora da República Monica de Ré disse que foram apontadas inúmeras provas contra Cabral nas delações da Andrade Gutierrez e na Operação Calicute. Ela também citou as fotos de Cabral com diretores das empreiteiras envolvidas no suposto esquema de propina com o governo, em uma viagem de luxo a Paris “É um escárnio com a população do Rio, com tudo aquilo que estamos vivendo, ver estas imagens de novo. É uma verdadeira humilhação ver os gastos com hotéis caros, restaurantes, joias, uma falta de vergonha, me desculpem as palavras”, disse ela, referindo-se à crise pela qual o Estado do Rio de Janeiro passa.