Justiça do Rio manda soltar médico acusado de tentativa de homicídio
O médico equatoriano Bolívar Guerrero é acusado de tentativa de homicídio contra a dona de casa Daiana Chaves por cirurgia malsucedida
atualizado
Compartilhar notícia
O médico equatoriano Bolívar Guerrero (imagem em destaque) deve deixar o sistema prisional do Rio após a juíza Anna Christina da Silveira Fernandes atender a um pedido da defesa feito na primeira audiência de instrução e julgamento do caso, no dia 3 de fevereiro. Ele é acusado por homicídio tentado qualificado e por motivo torpe contra a dona de casa Daiana Chaves, de 37 anos.
De acordo com Ministério Público, ele e a técnica de enfermagem Kellen Cristina de Queiroz dos Santos foram responsáveis pelo pelas cirurgias plásticas malsucedidas em Daiana. Ela realizou uma abdominoplastia e uma mamoplastia que a levaram a ser internada por quatro meses, com passagens pelo CTI. A vítima ficou com o corpo marcado pelas cicatrizes dos procedimentos cirúrgicos.
O médico deixará o sistema prisional nesta quarta-feira (15/2). Ele está preso desde julho de 2022.
Apesar das marcas, a defesa alega que o caso de Daiana não caracteriza tentativa de homicídio. “É a efetivação da justiça e a comprovação de que o que o deixava preso era fruto muito mais de uma irresponsabilidade de um paciente do que de qualquer erro médico. Muito menos tentativa de homicídio”, disse o advogado Renato Darlan Junior.
A defesa pediu a a revogação da prisão dele, ou substituição por outras cautelares, uma vez que a instrução criminal já acabou. Já os advogados de Kellen pediram para que ela pudesse voltar a exercer sua profissão – ela ficou afastada de suas funções durante as investigações.
Ela também regularizou sua situação perante o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ).
Relembre o caso
Como noticou o Metrópoles, Bolívar Guerrero é um cirurgião plástico que foi acusado de manter uma paciente em cárcere privado, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O equatoriano trabalha no município desde 1996.
Em 2010, a Polícia Civil deflagrou a operação Beleza Pura, onde ele e mais oito médicos foram presos. Na época, ele foi acusado de fazer um preenchimento facial com um produto sem registro na Anvisa, além de fazer uso de material falsificado.
Em 2016, a família de uma outra paciente acusou o médico de imprudência. A mulher morreu após uma lipoescultura.
Apesar das acusações, nas redes sociais, o médico possui mais de 40 mil seguidores e compartilha fotos e vídeos de diversas pacientes que passaram por procedimentos cirúrgicos com ele, inclusive famosas. Ele se apresenta como “especialista em cirurgia estética e reparadora”.