Justiça determina quebra de sigilos do ministro Ricardo Salles
Titular da pasta do Meio Ambiente é investigado pela Justiça paulista sob suspeita de enriquecimento ilícito
atualizado
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A Justiça paulista determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alvo de uma investigação de suspeita de enriquecimento ilícito conduzida pelo Ministério Público estadual (MPSP) desde junho.
A decisão é dessa segunda-feira (18/11/2019), da 10ª Câmara de Direito Público. O MPSP já havia solicitado os dados do ministro em duas ocasiões, mas os pedidos haviam sido negados pela Justiça.
A investigação apura como o patrimônio de Salles saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018, e é conduzida pelo promotor Ricardo Manoel Castro. Ela teve início em julho, a partir de representação feita por uma empresa chamada Sppatrim Administração e Participações, que levantou suspeita sobre a evolução patrimonial de Salles com base nas declarações de bens que ele mesmo prestou à Justiça Eleitoral.
Salles nega irregularidades em suas contas. “Todos os meus rendimentos e bens foram declarados por mim mesmo”, disse o ministro ao jornal O Estado de S. Paulo. “Não tenho nenhum receio acerca da análise dos dados.”
O ministro apresentou à Justiça Eleitoral em 2012, quando foi candidato a vereador, uma declaração com o primeiro valor. Ela consistia em aplicações financeiras, 10% de um apartamento, um carro e uma moto.
Em 2018, Salles foi candidato a deputado federal pelo partido Novo. À Justiça, informou possuir dois apartamentos de R$ 3 milhões cada, R$ 2,3 milhões em aplicações e um barco de R$ 500 mil – alta de 335% em cinco anos, corrigindo o valor pela inflação.
Nesse período, o ministro ocupou dois cargos do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Entre março de 2013 e novembro de 2014, foi secretário particular do ex-governador. Entre julho de 2016 e agosto de 2017, foi secretário do Meio Ambiente.