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Justiça de Goiás solta policial do DF que atirou em criança na BR-070

Sílvio Moreira Rosa conseguiu habeas corpus na semana passada. Ele estava preso desde 6 de janeiro

atualizado

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TV CMN/Reprodução
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1 de 1 policialsílvio - Foto: TV CMN/Reprodução

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) concedeu habeas corpus ao policial civil do Distrito Federal Sílvio Moreira Rosa, que atirou contra o menino Luís Guilherme, de 6 anos, após uma briga de trânsito. O caso ocorreu na BR-070, perto do município de Águas Lindas (GO), em 6 de janeiro deste ano. O policial de 54 anos, que atuava como agente de custódia no Centro de Progressão Provisória (CPP), no Complexo Penitenciário da Papuda, estava preso preventivamente em Goiás desde a data do crime.

O alvará de soltura de Sílvio Moreira Rosa foi cumprido no último dia 5 pela 1ª Câmara Criminal do TJ-GO. Ao pedir a liberdade do acusado, a defesa alegou que a fase de instrução do processo já havia excedido o prazo regular e que Silvio estava preso há mais de 200 dias. A tese foi acatada pelos desembargadores da 1ª Câmara. Este foi terceiro pedido de habeas corpus impetrado pelo policial civil e o primeiro a ser aceito pela Justiça. O julgamento do caso ainda não foi marcado.

Freada e tiro
Os pais da vítima acusam o policial de ter jogado seu carro, abruptamente, na frente do veículo da família e começado a frear, quase causando uma colisão. No automóvel, estavam o brigadista Erlon Caxias, a advogada Paula Coelho e o filho do casal, Luís Guilherme, de 6 anos.

Depois, Sílvio teria emparelhado seu carro com o veículo do casal e começado a atirar. Um dos disparos acertou o filho de Erlon e Paula. O menino estava em uma cadeirinha quando foi atingido no lado esquerdo do peito. Inicialmente, ele recebeu atendimento médico no Hospital Bom Jesus, em Águas Claras.

Devido à gravidade do seu estado de saúde, no entanto, a criança precisou ser levada de helicóptero dos bombeiros do DF para o Hospital de Base. Luís Guilherme teve perfuração no tórax. Após diversas cirurgias para retirar a bala do corpo, ele se recupera bem: em maio, voltou a frequentar a escola.

Procurada pelo Metrópoles, a família de Luís Guilherme não tinha se pronunciado sobre a liberação de Sílvio Moreira Rosa até a publicação desta matéria

Veja imagens do caso:

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Equipes médica e de resgate cuidam da vítima, que teve perfuração no tórax e ficou em estado gravíssimo
Carro da família teria sido fechado pelo policial
Érica Caxias, tia da vítima, negou que tenha havido discussão entre o irmão e o policial
Erlon Caxias, pai de Luís Guilherme
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Levado primeiro para o Hospital Bom Jesus, em Águas Lindas, Luís Guilherme precisou ser transportado de helicóptero pelo Corpo de Bombeiros do DF para o Instituto Hospital de Base (IHB)

CBMDF/Divulgação
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Equipes médica e de resgate cuidam da vítima, que teve perfuração no tórax e ficou em estado gravíssimo

CBMDF/Divulgação
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Carro da família teria sido fechado pelo policial

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Érica Caxias, tia da vítima, negou que tenha havido discussão entre o irmão e o policial

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Erlon Caxias, pai de Luís Guilherme

Geovanna Bembom/Metrópoles

 

Para acusado, era assalto
A versão de Sílvio Moreira Rosa é bem diferente. De acordo com o policial civil, o carro dirigido por Erlon Caxias se aproximou do dele em alta velocidade e o obrigou a passar para o acostamento. O agente afirma que atirou porque achou que seria assaltado. Segundo a PM de Goiás, que atendeu a ocorrência, Sílvio estava com a mulher grávida e duas menores no veículo: prima e irmã da companheira do acusado. Havia cerveja no porta-malas do carro do policial.

Nunca eu ia imaginar que tinha uma criança dentro daquele carro. Se eu soubesse, não teria atirado

Declaração de Sílvio Moreira Rosa, durante audiência em maio

A Corregedoria-Geral da PCDF instaurou Processo Administrativo Disciplinar para julgar a conduta do policial civil (agente de custódia), mas o resultado do trabalho, que poderia resultar até em demissão do agente, ainda não foi divulgado.

Sílvio Moreira Rosa ingressou nos quadros da Polícia Civil do DF em 5 de dezembro de 1983 e foi demitido em 13 de junho de 2001, em virtude de tentativa de fraude em aposentadoria. Treze anos após a demissão, foi reintegrado à corporação, por decisão administrativa do então governador Agnelo Queiroz (PT) em seu último dia no governo – 31 de dezembro de 2014.

Contra o servidor, que estava prestes a se aposentar, existem seis ocorrências registradas na PCDF por vias de fato (briga), ameaça, lesão corporal, injúria e até um crime sexual. Todos os casos ocorreram entre 2005 e 2015.

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