Justiça condena 26 a 400 anos de prisão por tráfico de drogas
Ações do grupo seguiam extensa divisão de tarefas para viabilizar a movimentação das cargas desde o fornecimento até a recepção na Europa
atualizado
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A Justiça Federal condenou 26 acusados por ligação com tráfico internacional de drogas via portos brasileiros, principalmente o de Santos, o maior da América Latina. A sentença acolhe denúncia do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Brabo, que desarticulou organização criminosa com mais de 150 integrantes.
As penas aplicadas somam quase 400 anos. Esta é a primeira sentença contra traficantes desse grupo.
A Operação Brabo, deflagrada em setembro de 2017, levou à apreensão de aproximadamente nove toneladas de cocaína que seriam remetidas a terminais europeus naquele período.
As investigações apontaram a participação direta de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), “facção criminosa que deu suporte logístico e financeiro às atividades do grupo”.
Entre eles estão alguns dos supostos coordenadores do esquema, como Ronaldo Bernardo, condenado a 21 anos e 7 meses de prisão, Luís de França e Silva Neto, sentenciado a 24 anos e 2 meses de reclusão, e Patrício da Silva Fausto, cuja pena alcança 13 anos e 6 meses de cadeia.
Segundo informou o Ministério Público Federal em São Paulo, a droga era adquirida em países vizinhos, como Bolívia e Colômbia, para distribuição na Europa por meio de portos na Itália, Rússia, Bélgica, Espanha e Inglaterra.
Máfia sérvia
A Procuradoria informou que integrantes da máfia sérvia também estão entre os réus. “Bozidar Kapetanovic e Miroslav Jevtic faziam parte da cúpula da organização criminosa e participavam das decisões, da compra das drogas e de seu direcionamento”, assinala a acusação.
Eles foram condenados, respectivamente, a 23 anos e 6 meses e 17 anos e 8 meses de prisão.
Segundo as investigações, as ações do grupo seguiam uma extensa divisão de tarefas para viabilizar a movimentação das cargas desde o fornecimento até a recepção na Europa.
Cooptação de tripulantes
Parte dos envolvidos dedicava-se à logística de embarque da droga, executando tarefas como a cooptação de tripulantes dos navios e a inserção dos carregamentos em contêineres previamente selecionados.
Funcionários de terminais no Porto de Santos também foram identificados em atividades vinculadas à organização criminosa, assim como um agente de segurança portuário, destaca o Ministério Público Federal. Todos os réus condenados já estão presos e não poderão recorrer em liberdade.