Justiça bloqueia até R$ 1 milhão do banqueiro Joseph Safra
Ele é acusado de manipular julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), instância ligada à Receita Federal
atualizado
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A Justiça Federal do Distrito Federal atendeu um pedido do Ministério Público e determinou o bloqueio de bens de sete acusados de improbidade administrativa no âmbito da Operação Zelotes. Entre os alvos do bloqueio está o banqueiro Joseph Safra, acusado de manipular julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), última instância recursal administrativa dentro da Receita Federal.
Segundo o MPF, foram protocoladas duas ações no dia 25 de janeiro que tramitam na 15ª e 21ª varas federais de Brasília. No caso de Safra, a ação corre na 15ª vara e a decisão pelo bloqueio foi proferida liminarmente pelo juiz Rodrigo Parente Bentemuller. O bloqueio, diz o MPF, é uma forma de garantir o ressarcimento do erário quanto o pagamento de multas, em caso de condenação.
As ações de improbidade, segundo o MPF, buscam a condenação dos envolvidos por improbidade administrativa e são a segunda etapa do trabalho realizado pelos procuradores Hebert Mesquita e Frederico Paiva, responsáveis pela Operação Zelotes no MPF. Os casos investigados na Zelotes são objeto de 14 ações penais, atualmente, em tramitação na 10ª Vara Federal, e 4 ações de improbidade.
A Operação Zelotes foi deflagrada no dia 26 de março de 2015 com o objetivo de desarticular organizações criminosas que atuavam junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Carf, causando grande prejuízo aos cofres públicos. Os crimes investigados na operação são: Advocacia Administrativa Fazendária, Tráfico de Influência, Corrupção Passiva, Corrupção Ativa, Associação Criminosa, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.
O advogado Luiz Francisco de Carvalho, responsável pela defesa de Safra, disse que a ação civil contra Joseph Safra “causa estranheza” porque o empresário já foi excluído da ação penal que apurava os mesmos fatos. “Ele não é mais réu. Não faz sentido incluí-lo numa ação posterior pelos mesmos fatos”, afirmou Carvalho.