Justiça autoriza goleiro Bruno a dar aulas de futebol para crianças
A decisão determina que ele será buscado no pátio do presídio onde cumpre pena, em Varginha (MG), para ser levado ao trabalho
atualizado
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O goleiro Bruno Fernandes de Souza, de 32 anos, condenado pelo assassinato de Eliza Samudio, recebeu autorização da Justiça nesta quarta-feira (2/8) para dar aulas de futebol a crianças e adolescentes em uma entidade de assistência social. A decisão da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha (MG), onde o jogador cumpre pena, determina que ele seja buscado no pátio do presídio para ser levado ao trabalho, sem contato com outras áreas externas ou pessoas de fora da entidade.
Ex-atleta de Flamengo, Corinthians e Atlético-MG, Bruno trabalhará no Núcleo de Capacitação para a Paz (Nucap), também em Varginha, que recebe cerca de 60 filhos de detentos e ex-detentos. O principal projeto da organização não governamental (ONG) é o “Mães que Cuidam”, que recebe filhos de mulheres presas e permite que eles convivam com as mães durante parte do dia e realizem atividades de inserção social em outro turno.
Habeas corpus
O goleiro Bruno já cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado. Ele chegou a ficar dois meses em liberdade, em virtude de uma liminar, entre fevereiro e abril deste ano.
Durante o período, atuou pelo Boa Esporte, de Varginha, que disputa a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Ele chegou a ser agredido em jogos, o clube perdeu patrocinadores, e um abaixo-assinado nas redes sociais pedia que times não contratassem o goleiro enquanto ele não dissesse onde está o corpo de Eliza.
Julgamento
Bruno foi condenado em primeira instância, em 2013, pelo homicídio triplamente qualificado da ex-namorada, ocultação do cadáver e sequestro e cárcere privado do filho deles. O julgamento do recurso da defesa está marcado para 13 de setembro, no Tribunal de Justiça de Minas, em Belo Horizonte.
O processo que questiona a emissão da certidão de óbito de Eliza será julgado no mesmo dia. A defesa de Bruno tenta evitar que a morte dela seja confirmada.