Juízes pedem que AGU não recorra de decisão sobre menu de luxo do STF
Nota defende “valorização da magistratura de piso” e afirma “esperar que Advocacia-Geral da União tenha o bom senso e respeito ao cidadão”
atualizado
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A União Nacional dos Juízes Federais (Unajuf) enalteceu a juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal do Distrito Federal, que suspendeu a compra pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de medalhões de lagosta e vinhos, e pediu à Advocacia-Geral da União que não recorra da decisão.
Em nota, a entidade da toga federal defende a “valorização da magistratura de piso” e “congratula a decisão exemplar da colega de primeira instância que suspendeu contrato do STF para compra de iguarias e vinhos suntuosos para aquela Corte, cujo presidente clama por moderação dos juízes e deveria, minimamente, fazer o mesmo”.
A Unajuf faz um apelo à Advocacia-Geral da União e evoca Bolsonaro. “Em momento em que o Executivo pede o sacrifício popular com a Reforma da Previdência, em prol da saúde das contas públicas, assim como o Legislativo debruça-se sobre tão amargo remédio em defesa dos gastos públicos, espera-se que a AGU tenha o bom senso e respeito ao cidadão de não recorrer de tão sábia decisão judicial, como sinônimo efetivo do discurso do Chefe do Advogado Geral União, o Presidente da República, Jair Bolsonaro.”
Bolsonaro no bandejão do Fórum de Davos, em janeiro, é argumento dos juízes. “A divulgação de vídeo em rede social do Presidente da República usando o sistema de ‘bandejão’ não pode se traduzir apenas em propaganda vazia, senão como orientação de boas práticas administrativas.”
Veja a íntegra da nota:
A Unajuf, associação exclusiva de juízes federais de primeiro grau, congratula a decisão exemplar da colega de primeira instância que suspendeu contrato do STF para compra de iguarias e vinhos suntuosos para aquela corte, cujo presidente clama por moderação dos juízes e deveria, minimamente, fazer o mesmo.
Portanto, em momento em que o Executivo pede o sacrifício popular com a Reforma da Previdência, em prol da saúde das contas públicas, assim como o Legislativo debruça-se sobre tão amargo remédio em defesa dos gastos públicos, espera-se que a AGU tenha o bom senso e respeito ao cidadão de não recorrer de tão sábia decisão judicial, como sinônimo efetivo do discurso do Chefe do Advogado Geral União, o Presidente da República, Jair Bolsonaro.
A divulgação de vídeo em rede social do Presidente da República usando o sistema de “bandejão” não pode se traduzir apenas em propaganda vazia, senão como orientação de boas práticas administrativas.