Juiz do DF remarca interrogatório de Lula na Zelotes para junho
Oitiva deve ocorrer no dia 21/6. É a terceira vez que Vallisney de Souza Oliveira tenta interrogar o ex-presidente e outros réus
atualizado
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O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, remarcou para o dia 21 de junho o interrogatório do ex-presidente Lula no processo que apura suposto tráfico de influência na compra de aviões caça pelo governo brasileiro, em 2009. Na mesma data, devem ser ouvidos ainda Luiz Cláudio Lula da Silva, filho do petista, e os lobistas Cristina e Mauro Marcondes, também réus no processo.
As suspeitas foram levantadas após a deflagração da Operação Zelotes, da Polícia Federal. Esta é a terceira data marcada pelo juiz para tentar interrogar os acusados. O primeiro adiamento ocorreu em outubro do ano passado, quando o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), determinou a suspensão da audiência após pedido da defesa de Lula.
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, então, remarcou a audiência para o dia 20 de fevereiro. No entanto, o desembargador Néviton Guedes determinou novamente a suspensão da oitiva, já que as cartas rogatórias estavam paradas na Suécia.
Na decisão dessa terça-feira (13/3), que determina nova data para o interrogatório, o juiz afirma que a Justiça da Suécia pediu prazo de 120 dias para cumprir as diligências e ouvir os envolvidos que lá residem. Como o prazo começou a contar a partir do dia 20 de fevereiro, será encerrado em junho.
O magistrado determinou ainda o prazo de cinco dias para que, após a chegada das cartas rogatórias, a defesa de Lula realize a tradução dos documentos. Por fim, cumprindo ordem do desembargador Olindo Menezes, do TRF-1, o juiz também ordenou a liberação de R$ 8 milhões das contas dos lobistas Cristina e Mauro Marcondes.
Zelotes
A audiência será realizada no âmbito do processo que apura crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa investigados pela Operação Zelotes.
Segundo a acusação, o ex-presidente Lula teria prometido vantagens na tramitação de medidas provisórias e licitações a empresas clientes dos lobistas Cristina e Mauro Marcondes. Em troca, receberia propina.
Um dos casos citados na denúncia é o da compra de 36 aviões pelo governo brasileiro, em 2009, quando Lula ainda estava à frente do Palácio do Planalto. O Ministério Público Federal (MPF) afirma que o petista prometeu apoio à empresa Saab, cliente dos lobistas, na licitação para aquisição das aeronaves. Como pagamento, Cristina e Mauro Marcondes teriam repassado R$ 2,5 milhões a Luiz Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente.
No mês passado, o processo, que desde o seu início estava em tramitação na 10ª Vara Federal no DF, foi redistribuído para a 12ª Vara, por determinação do TRF-1. A medida, no entanto, foi revogada e o processo voltou às mãos do juiz Vallisney de Souza Oliveira.