Juiz determina transferência de Delúbio Soares para Curitiba
Condenado a 6 anos de reclusão, ex-tesoureiro do PT havia pedido para cumprir pena em Brasília, mas não teve o desejo atendido
atualizado
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O juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Federal de Curitiba (PR), determinou a transferência de Delúbio Soares para o Complexo Médico de Pinhais, na capital paranaense. Condenado a 6 anos de reclusão pelo crime de lavagem de dinheiro, ele vai cumprir pena no mesmo presídio onde estão outros sentenciados da Operação Lava Jato, como o ex-senador do Distrito Federal Gim Argello (sem partido) e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ).
Delúbio Soares se apresentou à polícia no dia 24 de maio, após ser condenado em segunda instância e ter embargos de declaração negados. Desde então, ele está detido na carceragem da Polícia Federal em São Paulo (SP) e aguardava uma decisão sobre o local definitivo para o cumprimento da pena. A preferência do político era vir para Brasília, local que, segundo pedido apresentado pela defesa, é próximo ao seu meio social e familiar.
“O direito ao convívio de Delúbio Soares de Castro com os familiares dele não deve prevalecer sobre os interesses da administração da justiça criminal […] Seria dispendioso aos cofres públicos o traslado do apenado toda vez que se fizer necessário o comparecimento ao juízo federal da 13ª Vara Federal de Curitiba”, argumentou o MPF em sua manifestação no caso.
Ao determinar a mudança para a capital paranaense, o magistrado afirmou: “a inclusão e/ou transferência para outra unidade prisional não representa direito público subjetivo do condenado, irrecusável pela administração judiciária”. Segundo ele, “para concedê-la ou recusá-la, o juiz deve levar em conta não apenas as conveniências pessoais e familiares do preso, mas, também, os da administração pública, sobretudo quando relacionadas com o efetivo cumprimento da pena”.
O magistrado afirmou ainda existirem sinais de que Delúbio possuía residência em São Paulo, e não em Brasília. A condenação do ex-tesoureiro do PT faz parte do processo que investigou suposto empréstimo fraudulento tomado pelo pecuarista João Carlos Bumlai com o Banco Schahin, em 2004. Segundo a acusação, o dinheiro teria sido utilizado para pagar dívidas do Partido dos Trabalhadores.