Juiz bloqueia mais de R$ 18 bi de investigados na Operação Ponto Final
Também foi autorizado novo bloqueio nas contas do ex-governador, de R$ 245 milhões
atualizado
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O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, autorizou o bloqueio de mais de R$ 18 bilhões em contas de empresas e investigados da Operação Ponto Final, que levou à prisão 11 pessoas, entre empresários de ônibus e ex-funcionários do sistema de transporte do governo de Sérgio Cabral (PMDB). Também foi autorizado novo bloqueio nas contas do ex-governador, de R$ 245 milhões.
“Tão importante quanto investigar a fundo a atuação ilícita da organização criminosa descrita, com a consequente punição dos agentes criminosos, é a cessação da atividade ilícita e a recuperação do resultado financeiro criminosamente auferido”, escreveu o juiz na decisão. Para Bretas, o bloqueio é necessário para “evitar a tentativa de ocultar bens ou valores ilícitos obtidos criminosamente e garantir o resgate dos ativos supostamente desviados”.
Nesta terça-feira, 4, havia R$ 240 milhões no caixa da Fetranspor e outros R$ 10 milhões no da Rio Ônibus, tornados indisponíveis.
Fetranspor
Nesta quinta-feira, 6, a defesa das entidades pede à Justiça a reconsideração da decisão. “Nesse processo, há uma investigação criminal envolvendo empresas intermunicipais e alguns dirigentes Mas o sistema de bilhetagem eletrônica gerido pela Fetranspor é utilizado por empresas não investigadas, como empresas municipais de ônibus, metrô, pelas concessionárias de barcas e de trem, e também por pessoas físicas, que dirigem vans legalizadas. Todas essas pessoas e empresas não receberão seu dinheiro amanhã (quarta-feira, 5)”, afirmou o advogado Marcelo Carpenter, do escritório Sérgio Bermudes, que defende as entidades.
A Fetranspor repassa às empresas de ônibus o valor da passagem no dia seguinte em que o usuário se locomoveu no transporte público – cerca de R$ 19 milhões por dia. “Esse dinheiro não é da Fetranspor. Ela recebe taxa de administração 3,5%”, afirmou Carpenter. Segundo o advogado, a Fetranspor acabou de receber os repasses de empresas, que pagam vale-transporte para os seus funcionários, por isso havia R$ 240 milhões em caixa.
“A gente não entra no mérito da acusação criminal. Mas há uma repercussão empresarial terrível e não faz nenhum sentido. A gente acredita que o juiz não tenha sido alertado para a gravidade dessa situação. As empresas não terão dinheiro para pagar a folha de pagamento, para abastecer os veículos. Em alguns transportes, como VLT e BRT, todo o pagamento de passagem é feito por meio de bilhetagem eletrônica. Pode haver um colapso”, afirmou.