Juiz autoriza contato entre Joesley e Wesley Batista
Os irmãos Batista foram presos no ano passado após a PGR suspender os benefícios dos acordos de colaboração assinados por eles
atualizado
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A Justiça Federal de São Paulo aceitou pedido da defesa do empresário Joesley Batista para que ele possa manter contato com seu irmão Wesley Batista. Os dois são donos da JBS. A decisão é do juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Federal em São Paulo.
O ministro entendeu que o empresário omitira a atuação do ex-procurador Marcello Miller na negociação da delação e havia indícios de que o acordo fora firmado de forma “seletiva”. O empresário, contudo, ganhou a liberdade em março de 2018, após decisão do juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal em Brasília.Os irmãos Batista foram presos no ano passado após a Procuradoria-Geral da República suspender os benefícios dos acordos de colaboração assinados por eles. Joesley, que comandava a J&F, holding controladora da JBS, entregou-se à polícia no dia 10 de setembro após o ministro Edson Fachin, do STF, autorizar sua prisão temporária.
Wesley, por sua vez, foi preso em setembro de 2017 no âmbito da Operação Acerto de Contas, sobre a atuação dos irmãos no mercado financeiro. Segundo a PF, os dois se valeram de informação privilegiada para lucrar indevidamente, vendendo ações da JBS e comprando dólares no mercado futuro. O empresário foi solto em 20 de fevereiro de 2018.
Apesar de serem postos em liberdade, os irmãos estavam proibidos de manter contato. Por conta disso, o advogado Pierpaolo Bottini, que representa Joesley (foto em destaque), requereu a revogação da proibição, uma vez ambos estiveram presos juntos por cerca de cinco meses e, durante todo esse tempo, não praticaram “atos atentatórios à regularidade processual.” O Ministério Público Federal, acionado pelo juiz do caso, não se manifestou contra o pedido de Bottini.
Em sua decisão, o juiz Diego Paes Moreira argumentou não haver notícia “de qualquer conduta por parte de um dos irmãos que aparente causar prejuízo ao outro.”
“Observo: no caso concreto, ambos os corréus são irmãos. Sendo parentes, criados juntos desde a infância, presume-se a princípio que um não deseje prejudicar o outro. Nesse caso, a medida cautelar de proibição de contato entre os corréus seria adequada se houvesse algum fato a indicar a possibilidade de um irmão tentar prejudicar o outro”, decidiu o juiz da 6ª Vara.
Para o advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, a decisão é justa porque nada justificava a proibição de encontro dos irmãos, visto não haver “qualquer indícios de a reunião familiar afetar o andamento do processo e a aplicação da lei”.