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Juiz aceita denúncia e Cabral vira réu em quarto processo

Agora, o peemedebista é réu em quatro ações penais, sendo três em tramitação no Rio e uma em Curitiba

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Memória EBC/Divulgação
sérgio cabral
1 de 1 sérgio cabral - Foto: Memória EBC/Divulgação

O juiz federal Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, aceitou no início da noite a denúncia apresentada nesta terça-feira (14/2) pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB). Agora, o peemedebista é réu em quatro ações penais, sendo três em tramitação no Rio e uma em Curitiba.

Na denúncia, o ex-governador é acusado de 184 crimes de lavagem de dinheiro, como resultado da Operação Eficiência, desdobramento fluminense das investigações da Força-Tarefa da Lava Jato. Além de Cabral, foram denunciados por crimes de lavagem de dinheiro Carlos Miranda (147 vezes), Carlos Bezerra (97), Sérgio Castro de Oliveira (seis), Ary Ferreira da Costa Filho (dois), Adriana Ancelmo (sete), Thiago de Aragão Gonçalves (sete), Francisco de Assis Neto (29), Álvaro José Galliez Novis (32).

Sérgio de Oliveira, Thiago de Aragão, Francisco de Assis e Álvaro Novis também foram denunciados por integrarem a suposta organização criminosa chefiada pelo ex-governador. A denúncia também apresenta crimes atribuídos a dois colaboradores no processo, os doleiros e irmãos Renato e Marcelo Chebar. Eles faziam parte da organização como operadores financeiros, enviavam dinheiro para o exterior em nome da quadrilha. Fizeram acordo de delação premiada para receberem penas menores (seis meses de prisão domiciliar e seis meses de prestação de serviços). A Operação Eficiência investiga a prática de corrupção em obras públicas de grande porte no Rio de Janeiro durante o governo Cabral, de janeiro de 2007 a abril de 2014.

Uma planilha de controle de gastos com mais de 1.500 itens fornecida pelos irmãos Chebar é a base da segunda denúncia do Ministério Público a partir da Operação Eficiência. Dessa vez, os procuradores da Lava Jato no Rio se debruçaram sobre os gastos de Cabral no Brasil. De acordo com o procurador Sergio Pinel, a planilha mostra como Cabral se valia de uma “instituição financeira paralela” – os serviços dos Chebar – para bancar seus hábitos luxuosos.

Entre os 1.500 itens da planilha de controle de caixa, os procuradores conseguiram decifrar 150 fontes de gastos. Os demais estão registrados em código ainda não decifrado. Há 19 citações a um prestador de serviço que oferecia ao então governador fretamentos de voos de helicópteros, emissão de passagens aéreas e serviços de embarque e desembarque, no total de R$ 1,06 milhão.

“Em viagens a Londres e Dubai, gastaram 287 mil. São viagens feitas por eles com dinheiro administrado por essa instituição financeira paralela, que eram os colaboradores (os irmãos Chebar). Eles recebiam dinheiro dos operadores da organização criminosa e empregavam para pagar as contas de Cabral e da família”.

A denúncia mostra que Cabral fez 21 viagens de helicóptero nos meses de janeiro e fevereiro de 2015 com esse prestador de serviço. Gastou dessa forma R$ 187 mil. Os deslocamentos mais caros foram entre os dias 24 de janeiro e 26 de janeiro de 2015. No sábado, 24, o helicóptero fez o trajeto Aeroporto de Jacarepaguá – Mangaratiba (onde o ex-governador tem casa de veraneio), Mangaratiba-Guarulhos e Guarulhos-Aeroporto de Jacarepaguá. No dia seguinte, o helicóptero voltou a Guarulhos, a serviço de Cabral. E em 26 de janeiro, fez duas vezes o trajeto Mangaratiba-Aeroporto de Jacarepaguá; Jacarepaguá-Palácio Guanabara; e de volta ao aeroporto. O passeio no fim de semana custou R$ 116,1 mil. “Sérgio Cabral usufruía muito bem desse dinheiro”, afirmou o procurador.

 

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