Italiano Cesare Battisti é condenado por tentativa de evasão de divisa
O ex-militante de extrema esquerda foi preso ao tentar sair do Brasil para Bolívia com US$ 6 mil e € 1.300
atualizado
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O italiano Cesare Battisti, de 67 anos, foi condenado pela 3ª Vara Federal de Campo Grande por tentativa de evasão de divisa a um ano, 11 meses e 10 dias de reclusão, e 40 (quarenta) dias-multa.
O escritor e ex-militante da extrema esquerda foi preso em 2017 em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, perto da fronteira entre o Brasil e a Bolívia com US$ 6 mil e €1.300.
Battisti deverá pagar o montante de R$ 37 mil à Justiça Federal brasileira, equivalente a 40 salários mínimos. Battisti é acusado de terrorismo na Itália.
Ao ser preso, em 2017, o italiano afirmou às autoridades brasileiras que pretendia sair do país para pescar e fazer compras, “mas não encontraram petrechos de pesca, apenas um recipiente com vestígios de cocaína”, declarou o laudo.
Battisti era refugiado no Brasil e em casos de saída do país deveria informar o governo federal, caso não ocorresse essa comunicação, o estrangeiro estaria ferindo o Estatuto dos Refugiados.
Durante o seu interrogatório, Battisti afirmou que os €1.300 eram seus e os US$ 6 mil eram do advogado e do motorista que estavam dentro do veículo.
De acordo com o juiz, o italiano pretendia passar algumas semanas na Bolívia a fim de solicitar asilo político no país vizinho.
Relembre quem é Cesare Battisti
Cesare Battisti é um ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e foi acusado na década de 1970 de quatro assassinatos. Em 1979 o italiano fugiu para a França, mas logo foi capturado e extraditado.
Condenado à prisão perpétua, em 1988, Battisti fugiu novamente para a França e chegou ao Brasil em 2004. Contudo, três anos depois foi preso na cidade do Rio de Janeiro, mas teve a condição de refugiado político concedido pelo governo federal.
Contudo, em 2015, uma juíza federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu pela deportação do italiano. A magistrada atendeu a um pedido do Ministério Público Federal que afirmou que o ativista não poderia ter visto permanente no Brasil por ter sido condenado por assassinatos na Itália.
O pedido de refugiado de Battisti foi revogado pelo ex-presidente Michel Temer que autorizou sua extradição.